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Quinta-feira, 25 de abril de 2024

21/12/2015 - 09h13min

Catulo Fernandes

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Um Natal com o coração partido

Natal tempo de reflexões. Fim de ano época de fazer balanços. Sobre o momento atual muitas dúvidas e uma única certeza. Todos os partidos têm em seus quadros bons e maus políticos. Independente de sigla partidária quem milita são as pessoas, com seus erros e acertos, e não raras vezes mal intencionadas, pois ingressam na política por mero interesse próprio. Para se tornarem fortes e competitivos os partidos aceitam todo tipo de filiação bastando que o interessado manifeste o desejo de ingressar na sigla, isto quando os próprios dirigentes partidários não convidam os futuros companheiros mesmo cientes de sua conduta pouco recomendável. Ou seja, na hora de abonar a ficha de um pretendente não é avaliado a sua idoneidade e sim sua capacidade de angariar votos para o partido.

Não bastasse este jogo de interesse recíproco na busca pelo poder, nossos representantes foram mais longe aprovando as famigeradas coligações o que tem provocado uma celeuma sem precedentes onde partidos com ideologias adversas se unem para vencer uma determinada eleição. Aliás, um dos maiores crancos da política nacional é exatamente esse; é fácil perceber que depois do advento das coligações a corrupção se alastrou como um rastilho de pólvora pelo país. O momento atual, inclusive, confirma com precisão esta afirmativa.

A Operação Lava-Jato - a investigação mais contundente - vem apontando envolvidos em falcatruas das mais diferentes áreas em quase todas as siglas. Se acaso algum partido esteja posando de paladino da justiça por não ser citado nesta operação, em outras investigações deflagradas pela Polícia Federal, que aponta corruptos nos mais diferentes órgãos governamentais, certamente algum filiado seu está envolvido.

Por tudo isso torna-se inócua esta disputa, especialmente nas redes sociais, onde um grupo ataca o rival, que por sua vez revida com outra acusação. Os antiPTs acreditam que retirando o comando dos líderes da estrela vermelha o Brasil se salva, agindo como se os petistas tivessem inventado a corrupção. Por outro lado os superPTs não percebem que o sonho acabou, e que o partido que se dizia diferente dos demais vem empregando as mesmas práticas de seus adversários para se manter no poder.

Por fim cabe ressaltar que partido como o próprio nome sugere é divisão, onde as partes - grupos políticos - lutam pelo controle interno da sigla, onde os próprios correligionários rivalizam entre si pelo poder. Se os partidos realmente quisessem atuar de forma positiva e com agendas comprometidas com a democracia - governo do povo para o povo e pelo povo - há muito teriam mudado o nome de Partido para Unificado.

Guardadas as proporções, isto também ocorre na religião (termo em latim que significa religar) onde no próprio cristianismo se verifica uma divisão entre católicos e evangélicos. Lamentavelmente os homens agem como se Deus escolhesse este partido ou aquela religião, daí a causa de tanta intolerância. Mas quem sabe neste Natal, freados pela crise econômica, os brasileiros se libertem do consumismo, e o Deus Menino volte a ser o centro das atenções mesmo que estejamos todos com o coração partido diante de tanta corrupção.

Catullo Fernandes

[email protected]

Publicado em 19/12/15.

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