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Sexta-feira, 26 de abril de 2024

28/12/2020 - 10h38min

Daniel Andriotti

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Papai Noel Coach

“Querido Santa Claus,

quando criança, um amiguinho estraga-prazeres me disse que o senhor não existia. Isso foi determinante na minha conduta de ser humano acomodado. Portanto, a culpa de eu não ter me transformado num milionário é dele. Isso porque os ícones do empreendedorismo vencedor no mundo acreditavam no senhor. Todos. Crianças grandes e sonhadoras que imaginavam coisas mágicas e impossíveis. A história da humanidade mostra que pessoas sensatas se adaptam ao mundo. Por outro lado, as insensatas tentam adaptar o mundo a elas. Isso significa que todo o progresso da ciência se deve a esse segundo grupo – e os empreendedores estão entre eles.


Walt Disney, criador do maior parque de entretenimento do mundo, dizia: “eu prefiro as coisas impossíveis pois nelas tenho menos concorrentes”. E ele investiu tudo num rato. Qual ser humano normalmente criaria um império a partir de um bicho nojento para a maioria das pessoas? Hoje, amamos tanto o Mickey que esquecemos qual bicho ele é. E a Minnie, a namorada, tão querida quanto ele, é uma rata. Ambos são amigos do Pateta, um cachorro que namora uma vaca: a Clarabela. Portanto, quem aposta no Papai Noel são aquelas pessoas que mudam o mundo porque acreditam em coisas que não existem. E fazem a humanidade avançar porque criam coisas que, até então, ninguém acreditava.


Nasci no extremo sul de Guaíba, numa família de pai, mãe e três irmãos, onde só o pai trabalhava ganhando pouco mais do que um salário mínimo. Até a minha adolescência, morávamos numa casa de madeira com sala, cozinha e dois quartos. Repito: éramos seis pessoas. Banheiro externo, com água encanada, mas sem chuveiro elétrico. Rua de chão batido e ônibus para o centro da cidade a cada uma hora, sendo o último às 7 da noite. A chance de eu estar onde estou hoje era uma em mil. Não fiquei rico, longe disso. Nem virei empreendedor. Mas tenho uma qualidade vida relativamente mais confortável do que teve o meu pai quando tinha a minha idade. E quem me trouxe até aqui foi a crença em coisas que só a fé nos conduz.


Empurrado por uma motivação que eu nem sabia direito que existia e muito menos qual era – o que alguns chamam de sonho –, fui crescendo e estudando até conseguir meu primeiro emprego aos 15 anos. E, mesmo ganhando pouco passei a fazer coisas que só se faz quando não sabemos que a realidade joga contra: estudar numa universidade privada, a 75 quilômetros de casa. Isso porque meu histórico escolar não permitia aprovação na Ufrgs, por exemplo. Até aqui, tudo na contramão das minhas possibilidades. Concluí a graduação, tentei ser empreendedor, tentei fazer concurso público. Nem uma coisa nem outra. Desistir? Jamais. Enquanto não descobria a minha vocação certa, fui me divertindo com as erradas...


Por tudo isso, passei a acreditar que Papai Noel tem vários nomes e não mora no polo Norte. Ele reside em algum lugar da alma humana onde as coisas e as pessoas comuns não conseguem chegar. Assim como habitava o coração de Walt Disney, Papai Noel morava na alma de Steve Jobs, quando este criou a Apple. Que homem sério batizaria a sua empresa de “maçã”? O bom velhinho também está na mente de Mark Zuckerberg, criador do Facebook, a maior ferramenta de network do mundo. Três – entre tantos outros – gênios empreendedores que escreveram muito mais do que inocentes cartinhas. Pense nisso: quem não acredita em Papai Noel ganha presente. Quem acredita, ganha o futuro.


Portanto, senhor Noel, em todos esses anos, nunca lhe pedi nada. Mas agora, preciso fazer isso: uma vacina contra a Covid o mais breve possível. Só isso...”



Daniel Andriotti

Publicado em 24/12/20.

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