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Sábado, 27 de abril de 2024

13/03/2020 - 14h03min

Daniel Andriotti

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Hipopótamos assassinos

O mundo está apreensivo. Por causa do dólar? Não! Por causa dos hipopótamos? Também não! O pânico que tomou conta da maioria das pessoas tem outro nome: coronavírus. Alguns levam muito a sério tudo o que se ouve, tudo o que se lê e tudo o que se vê a respeito do Covid-19, a doença provocada pelo coronavírus. Mas, diante do que se sabe até aqui, a reação parece ‘um pouco’ desproporcional para simples mortais, como eu e você. Descobri, no entanto, que morrem mais pessoas atacadas por hipopótamos todos os anos em algum lugar do mundo, do que debilitadas pela ação do coronavírus. Logo o hipopótamo, aquele bicho gordão, lerdo, com uma cara dócil e simpática, de orelhas pequenas e apenas quatro dentes na sua enorme boca.

Que o coronavírus já causou a morte de milhares de pessoas desde o seu surgimento, no final de 2019, é fato. A taxa de mortalidade da doença, no entanto, não é considerada ‘tão alta assim’. O último panorama da Organização Mundial da Saúde – no momento em que escrevo essas mal traçadas linhas – indica que os óbitos correspondem a 3,4% dos infectados (um número que pode e deve mudar muito nos próximos dias/ meses). Em 102 mil pessoas infectadas até agora, 3,4% corresponde a 3.500 óbitos. Se isso for verdade, os hipopótamos realmente são muito mais predadores e assassinos do que o coronavírus. Nesse caso, a imprensa fala apenas das 3.500 mortes. Dos 98.500 que foram infectados e sobreviveram, nada!!! É a surrada tese do avião que cai e vira notícia, mas o avião que voa e chega em segurança, não importa.

Se você está realmente apavorado com o Coronavírus, pare de ler aqui.

Circula pelas redes sociais um áudio gravado pelo vice-presidente do Conselho Diretor do InCor de São Paulo, Fábio Jatene, que pode piorar a situação de quem já está apavorado. Primeiro, a notícia boa: ele diz que nos próximos quatro meses o surto estará sob controle no mundo todo, tornando-se banal como uma gripe. Mas nesses mesmos quatro meses que vem pela frente, só em São Paulo deverão ser registrados 45 mil novos casos através do que ele chama de ‘transmissão comunitária’. E destes, 10 mil irão precisar de ventilação mecânica em UTI’s.

Outro alerta para algo que a gente já sabe: o cuidado com pessoas idosas e de saúde debilitada deve ser maior, pois o índice de óbito com quem já passou dos, digamos, 60 anos, chega a 15% dos infectados, enquanto que com os mais jovens é de 0,2%.

Portanto, mais racionalidade e menos pânico. O coronavírus já chegou por aqui e agora é muito álcool gel em tudo, lavagem caprichada nas mãos, espirro somente com a boca na parte de dentro do cotovelo, cada um toma o seu chimarrão e nada de beijo de língua, entre outros contatos mais íntimos. E, é claro, nunca se descuide dos hipopótamos. O coronavírus vai passar. Os hipopótamos não!!!


Já teve Gre-Nal pelo Gauchão, pela Copa do Brasil, pelo Campeonato Brasileiro, pela Sul-americana. Muitos. Mas nunca antes na história do mundo tinha acontecido um Gre-Nal pela Copa Libertadores da América. Na última quinta-feira teve. Jogo bom. Pegado. De qualidade. Sem transmissão pela TV. Mas de final melancólico. Futebol profissional, com jogadores de salários milionários, não existe mais espaço para aquele tipo de conflito. Os expulsos, certamente pegarão vários jogos de suspensão. E isso pode comprometer a participação dos seus clubes no principal torneio da América. E no próximo dia 8 de abril tem mais. A não ser que o coronavírus nocauteie os brigões...

Daniel Andriotti

[email protected]

Publicado em 14/3/20.

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