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Sexta-feira, 26 de abril de 2024

11/06/2018 - 14h36min

Daniel Andriotti

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O Brasil que eu não quero

Cada vez que eclode qualquer tipo de crise de ordem econômica no Brasil – como essa que engessou o país na semana passada – a decisão política é sempre a mais simples: aumento de impostos. Um tanto por cento aqui, outro tanto por cento ali, tira de um e transfere para o outro, mas tudo sempre debitado na mesma conta: a conta do cidadão contribuinte.

Isso porque quem tem o poder de decidir sequer cogita a hipótese de cortar um centavo das suas benesses e mordomias. Por exemplo: você sabia, caro leitor, que os cargos públicos e comissionados ‘a serviço do Brasil’ custam R$ 42 bilhões de reais por ano ao erário público? E que para ‘transportar os interesses da nação’ os carros oficiais da administração pública federal custam R$ 1,6 bilhão/ano? E se você, assim como eu, tem imensa antipatia pela política partidária, imagina que as siglas, aos quais nossos representantes são filiados engolem R$ 2,6 bilhões de dinheiro público para ‘manterem seus quadros’? Tem mais: brasileiro não funciona sem café, certo? Pois então, o cafezinho na Câmara dos Deputados não é frio nem amargo, mas custa R$ 700 mil por ano. R$ 58.300,00 por mês. R$ 4.681,00 por dia só com café, considerando que o ‘mês parlamentar’ em Brasília tem apenas 12 dias. Continuando: é evidente que para ‘a estrutura parlamentar’ funcionar, os senhores senadores precisam de funcionários e assessores que lhes deem uma boa retaguarda administrativa. Essa turma custa R$ 500 milhões por ano. Como existem senadores que trabalham mais que os outros, esses, chegam a ter, naturalmente, 95 assessores por gabinete.

E aqueles deputados que são cassados por, digamos, algum desvio na honestidade ou na conduta? Pois os parlamentares que passam por esse tipo de ‘constrangimento’ induzido pelos seus colegas ingratos, não podem ficar desamparados na fila no Sine ou na perícia do INSS né? Eles custam R$ 128 mil por mês aos cofres públicos por conta de uma espécie de “aposentadoria”. Não é à toa que o Congresso Federal que, repito, ‘funciona’ 12 dias por mês, consome R$ 29 milhões por dia do dinheiro pago por mim, por você, por todos nós, sob a alcunha de uma palavra insuportável – em todos os sentidos – que é a tal de imposto, cujo conjunto, no bom economês, é traduzido por carga tributária.

Dito isso, fico assistindo aos videozinhos de “O Brasil que eu Quero Para o Futuro”, onde os telespectadores são ‘convidados’ a participar gravando depoimentos em pontos turísticos (ou calamitosos) de suas cidades. O primeiro ‘tiro no pé’ dessa iniciativa é que a grande maioria das pessoas não quer o mesmo que a Globo. Imagino o trabalho da equipe de edição para “filtrar” os trilhões de vídeos que chegam à emissora todos os dias com os maiores absurdos do mundo.

Acontece que o conteúdo produzido pelos cidadãos interessados num mundo melhor é abaixo da crítica, normalmente repetindo velhos clichês do tipo “o povo precisa de educação!”, “queremos mais saúde!”, “chega de violência!”, “chega de corrupção”. E ainda tem o Willian Bonner fazendo comentários e piorando o que já é ruim. Isso até pode ter um engajamento alto, pois todo mundo acha legal aparecer no Jornal Nacional (tirando a galera da Lava-Jato). Mas para o pobre sujeito que está simplesmente do outro lado da telinha, o quadro não passa de uns minutos de descanso para pegar o seu smartphone e visualizar o Facebook ou o watts app.

E vamos combinar: a classe política deve estar perdendo o sono com o conteúdo dessa chatice, né?...



Daniel Andriotti

[email protected]

Publicado em 9/6/2018.

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