02/09/2019 - 15h41min
Uma das alegrias que o trabalho me proporciona, vez por outra, é passar alguns dias na Capital Paulista, que considero um dos melhores lugares deste nosso grandioso e belo País. É daquela enorme e aconchegante cidade brasileira que costumo retornar à casa guaibense com o conhecimento ampliado, a esperança renovada, o coração emocionado. Sempre com uma baita vontade de voltar.
Verdade seja dita, para realizarmos a tarefa de participar de uma reunião de trabalho na segunda-feira, eu e meu marido bem que poderíamos ter ido e voltado no mesmo dia, mas embarcamos na manhã de sábado e retornamos na tarde de quarta-feira. O arrependimento viria com intensidade se não esticássemos a estadia para aproveitar ainda mais a viagem, hábito de todos os anos.
O hotel em que ficamos é o mesmo de sempre, na movimentada rua que me faz lembrar uma canção de Ronnie Cord que Roberto Carlos gravou: “Entrei na Rua Augusta a cento e vinte por hora, botei a turma toda do passeio pra fora, fiz curva em duas rodas sem usar a buzina, parei a quatro dedos da vitrina...”. É simples, confortável, bem localizado, e somos muito bem recebidos pelo catarinense e o francês que trabalham na portaria.
Movidos pela música, no sábado à noite assistimos o musical “A Escola do Rock”, um espetáculo extraordinário inspirado no filme norte-americano. As crianças do elenco, de dez, doze anos, tocando como se fossem gente grande. Saímos com a alma lavada pelos acordes daqueles pequenos estudantes.
No domingo, no Parque do Ibirapuera, tivemos aulas de reciclagem na Virada Sustentável, patrocinada pela CMPC, o que me fez citar com satisfação o nome da pequena cidade onde moramos: “Somos de Guaíba, cidade-sede do patrocinador do evento de hoje”.
Mas foi à noite que a emoção me envolveu sobremaneira. Meu coração disparou durante o espetáculo comemorativo dos oitenta anos do Coro Lírico Municipal, realizado no Theatro Municipal de São Paulo, intitulado “Ensaio Sobre o Lírico”.
Acompanhados pela Orquestra Sinfônica Municipal, com interpretação cênica de arrepiar, os grandiosos artistas tocaram nossos corações como pouca gente consegue. Soltaram aquelas vozes extraordinárias nas melhores árias de óperas, enquanto imagens de antigas manchetes de jornais locais eram mostradas, anunciando montagens feitas no Municipal durante os oitenta anos do Coro Lírico. Foi emocionante constatar a importância dos registros jornalísticos para contar a história das artes em solo brasileiro.
E quando chegou a segunda-feira do nosso compromisso de trabalho, foi tudo perfeito. Como o “Ensaio Sobre o Lírico”.
Cristina André
Publicado em 31/8/2019.
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