18/12/2017 - 13h45min
Costumo preparar refeições para a família, doces caseiros à moda antiga para servir como sobremesa, salgadinhos apropriados ao happy hour da estação e ao futebol que passará pela tevê. Aprendi na minha adorável escola materna que compartilhar o alimento com os nossos bem-quereres é uma maneira deliciosa de conectar corações, de fazê-los para sempre amorosos uns com os outros. Acho que é por isso que gosto tanto de finais de ano.
Ainda em novembro, quando começam as conversas informais sobre a ceia natalina da família, começo a pensar nos pratos que vou preparar, procurando conciliar sabores para agradar ao menos um pouco de cada gosto. Também me preocupo com a sobremesa que melhor combina com as escolhas salgadas, se as crianças serão contempladas. E puxo pela memória, ainda faltando mais de mês para esses encontros religiosos e gastronômicos, para lembrar daquilo que cada um gostou mais nas últimas festas.
Com o trabalho que poderei ter, não me importo; meu propósito é presentear a todos com um pouco de mim na construção da nossa felicidade coletiva, a única que realmente faz sentido em um dia de celebrar grandioso nascimento. Aprendi, observando a própria existência em sua simplicidade cotidiana, que família é muito mais do que se apaixonar e ter filhos, dando-lhes teto seguro, boa escola e agasalhos para se protegerem do frio. É o lugar do nosso aconchego maior, de doação e aprendizado.
Já estou me organizando para os afazeres culinários destas festas de fim de ano. Adoro preparar pratos especiais e sobremesas antigas para a noite que se fará ainda mais feliz com o alimento compartilhado. Corações conectados com o milagre do grandioso nascimento, ficaremos para sempre amorosos uns com os outros.
Em cada prato servido a todos, um pouco do meu tempo vai junto como presente, por isso gosto tanto de culinária e de finais de ano. Aprendi na boa escola materna.
Cristina André
Publicado em 16/12/2017.
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