16/12/2019 - 14h28min
A Polícia Civil está investigando o incêndio criminoso que aconteceu no dia 14 de outubro deste ano, no acesso da Vila IPE, área central de Guaíba. De acordo com a delegada Karoline Calegari, conforme a Gazeta Centro-Sul antecipou na sua edição do dia 7 de dezembro, a ação desarticulou uma organização criminosa que atuava no Município.
O ataque ao coletivo surpreendeu a comunidade local e causou grande preocupação. Dois indivíduos abordaram um ônibus da empresa Expresso Assur, um deles fazendo ameaças com arma de fogo, determinando que tripulantes e passageiros descessem, enquanto o outro, usando um galão com material inflamável, ateou fogo no coletivo.
Essa semana, a Polícia Civil enviou informações detalhadas sobre a investigação do caso, que iniciou imediatamente após o ataque. No curso do inquérito, foi apurado que o fato havia sido orquestrado por uma organização criminosa liderada por um criminoso atualmente recolhido, com antecedentes por homicídios e roubos, que não só comandava o tráfico de drogas na Vila IPE como também era o responsável por comandar assaltos, incluindo roubo de veículos na Região Metropolitana e outros crimes violentos.
O delito foi praticado em retaliação à atuação da Brigada Militar na Vila IPE, que, na véspera do fato, havia realizado prisões e apreensões de drogas e armas, enfraquecendo o bando.
Segundo a Polícia, a investigação demonstrou que a organização criminosa era escalonada, com divisão clara de tarefas. Dentro da sua estrutura, havia quem atuava como braço armado, os responsáveis pelo cometimento de crimes violentos, tais como roubos, homicídios e o controle na Vila, ameaçando e coagindo pessoas a auxiliarem de alguma forma o grupo criminoso. Eles expulsavam moradores de suas casas para usá-las como pontos de tráfico, dissipando (de forma violenta) conflitos na Vila para evitar a aproximação da Polícia no local, fazendo a segurança dos pontos de tráfico e até mesmo obrigando moradores a protestarem contra a atuação da Brigada Militar.
Da mesma maneira, o esquema criminoso contava com um grupo de traficantes, responsáveis pelo armazenamento, fracionamento e venda de drogas, sendo que o grupo estaria expandindo sua atuação para outros bairros de Guaíba.
Conforme relato da Polícia, a organização criminosa contava com apoiadores e auxiliares, responsáveis por guardar armas e outros materiais ilícitos, bem como para fornecer pouso, refeições e esconderijo para os integrantes do grupo, em especial para criminosos de outras cidades que vinham para Guaíba a mando do líder da facção para praticarem algum delito.
A Delegada Karoline destaca que, durante a investigação, um homicídio encomendado pelo líder da quadrilha foi impedido por atuação conjunta da Polícia Civil e da Brigada Militar.
A investigação levou dois meses e, até o presente momento, culminou com a prisão de 25 pessoas. Ao todo, após as investigações, foram expedidas 43 ordens judiciais, sendo que já foram cumpridas 18 prisões preventivas; seis prisões temporárias; uma apreensão de adolescente infrator; e 12 mandados de busca e apreensão.
Segundo a delegada, a qualidade da investigação desenvolvida, contando com a integração entre as polícias Civil e Militar no Município, e as posturas firmes do MP e do Poder Judiciário permitiram uma resposta contundente aos crimes praticados.
O diretor da 2ª Delegacia de Polícia Metropolitana (DPRM), delegado Regional Mario Souza, destacou que a resposta da Polícia Civil de Guaíba foi técnica, enérgica e eficiente contra o crime organizado.
Foto: Divulgação/PC
Publicado em 14/12/2019.
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