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Sexta-feira, 26 de abril de 2024

29/04/2019 - 14h07min

Leandro André

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O Trabalhador e o Almofadão

Eu tinha 14 anos de idade quando me tornei um trabalhador e peguei gosto pelo trabalho. Era bom estudante, então passava de ano por média e no final de novembro já estava de férias. Meu pai trabalhava na Casa Masson, uma empresa grande e centenária, com lojas muito chiques, marca famosa na década de 1970. Ele me indicou para trabalhar na mesma loja que ele durante o mês de dezembro, quando as vendas aumentavam muito por causa do Natal.

Topei de cara o desafio e fui contratado como um “faz tudo”. Atuava no Setor de Pacotes e no vaivém, carregando mercadorias entre o depósito e a loja. Se alguém precisasse comprar algum remédio na farmácia ou pagar uma conta no banco eu também era acionado; só não fazia limpeza pesada. Mas eu gostava mesmo é de trabalhar no Setor de Pacotes. Era uma loja fina, com clientes de alto poder aquisitivo, então os pacotes tinham de ser impecáveis. Entendi o significado de excelência e tratei de aprender; me tornei especialista em pacotes perfeitos, uma habilidade que trago até hoje. Quer um pacote encantador, me chama. Cuidava dos detalhes como um artesão e, depois de colocar a fita azul-marinho e a etiqueta dourada, mostrava o embrulho admirável para o cliente, esperando um elogio canoro. Quando diziam “que lindo!” eu estufava. O elogio ainda me motiva.

Era um trabalho temporário aquele na Casa Masson, que acontecia a cada dezembro, mês esperado com ansiedade durante o ano. Com meu primeiro salário comprei uma barraca de camping usada; quanta praia bacana curti na minha juventude com aquela barraca.

Peguei gosto pelo trabalho aos 14 anos de idade e carrego esta satisfação até hoje. Aprecio fazer benfeito, me interesso pelo resultado esperado e por dar a minha contribuição, por menor que seja. Este é o ponto, não basta trabalhar apenas para ganhar dinheiro. Quem pensa somente em ganhar dinheiro acaba ganhando pouco, ou, o que é pior, vive como se tivesse pouco. É importante ser bem remunerado, mas é preciso se envolver com o trabalho, porque o envolvimento e a vontade são combustíveis para a vida. Trabalhar com vontade de fazer benfeito e de avançar faz toda a diferença entre um trabalhador e um saco de batatas. Pobre do quidam, que chuleia a hora de ir embora, que sofre oito horas por dia; que dá bufas em série no trabalho.

E mais uma coisa importante neste contexto, existe um espaço de tempo na vida para uma pessoa ingressar no mercado e pegar gosto pelo trabalho. Se este período passar, a coisa se complica, pois o sujeito vai se tornando uma almofada cada vez mais encardida e pesada; um estorvo que incomoda a família sem se dar conta. Muitos lares estão cheios de almofadões mofados aninhados em sofás, disputando torneios de reclamação. Desempregado é uma coisa, almofadão mofado no sofá é outra.

Aos que têm gosto pelo trabalho, feliz Dia do Trabalhador, a ser comemorado na quarta-feira, 1º de maio.



Desmatamento no Morro

Recebi denúncia de um desmatamento realizado na Unidade de Conservação do Morro José Lutzenberger, Centro de Guaíba, no final de semana (20 e 21 de abril). Questionei a Prefeitura sobre isso.

Por nota, Governo Municipal informou que a Associação Amigos do Meio Ambiente (AMA) formalizou uma denúncia. A Secretaria de Meio Ambiente admitiu que fez uma poda de manutenção e ressaltou que, diante deste fato, para evitar novos conflitos, a Prefeitura irá criar uma instrução normativa “a fim de guiar de forma clara e correta a execução da poda desejada”. Demorou.

Aumento das Passagens

Estamos acompanhando o processo para reajuste anual das passagens do transporte coletivo urbano em Guaíba (seletivo e comum). De acordo com o Governo Municipal, foram solicitadas algumas informações adicionais à empresa concessionária. As respostas estão sendo aguardadas para que a Prefeitura apresente contraproposta aos R$ 4,97 solicitados pela empresa e agende nova reunião do Conselho, ainda sem data.

Festa Dramática em Camaquã

A festa dos 155 anos de Camaquã foi dramática. Acidente grave com criança em roda gigante velha, provavelmente sem licença dos Bombeiros; rústica com atletas correndo no meio dos carros, sem sinalização de trânsito adequada; mulheres com filhos no acostamento da BR esperando ônibus que não passou para levar à tal festa; e as anunciadas cestas de Páscoa eram saquinhos de doces.

A Administração Municipal deveria ter mais cuidado ao promover evento tão importante como a comemoração dos 155 anos da Cidade.

A Resposta

Na Sessão da Câmara de Vereadores de Guaíba, do dia 2 de abril, a secretária Municipal de Educação, Virgínia Guimarães, esteve presente para responder questionamentos. O Xandão, que havia assumido a cadeira de João Collares na ocasião, questionou sobre o orçamento da Pasta, o que foi respondido de forma parcial. A secretária não detalhou sobre o valor contingenciado.

Com base no questionamento do vereador, a Gazeta Centro-Sul solicitou detalhes à SME a respeito do montante contingenciado em 2018 pela Educação, porém até hoje não veio a resposta.

Essa semana, recebi nota do Xandão, ressaltando o fato de não encontrar a resposta no Jornal. Ao consultar o Portal da Transparência da Prefeitura, ele disse ter observado que em 2018 a SME contingenciou (ou anulou, como diz no Portal) R$ 4.119.553,58.

Sigo aguardando a resposta da SME na minha cadeira do papai, que uso em casos de respostas demoradas.



Faltou a Melancia

Passei a manhã dessa sexta-feira recebendo o mesmo vídeo em que o proprietário das lojas Havan aparece na Avenida Nestor de Moura Jardim, em Guaíba, conversando com moradores e acenando faceiro, no canteiro central, para motoristas que passavam buzinando. Só faltou a melancia no pescoço.



Leandro André

[email protected]

Publicado em 27/4/2019.

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