Gazeta Centro-Sul
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24/09/2018 - 14h17min
Leandro André
Eu, Eleitor
No dia 7 de outubro, falta pouco, eu irei até a Escola Gomes Jardim para votar seis vezes, isso mesmo, seis. Depois de cruzar o proibido tapete de santinhos na calçada e conversar com alguns conhecidos e leitores desta Coluna, vou enfrentar a urna e cumprir meu dever cívico de eleitor.
Os 19 Números
Primeiro, vão aparecer quatro quadrinhos que deverei preencher e votar para deputado federal; depois, cinco quadrinhos para votar a deputado estadual. Na sequência, três quadrinhos para senador e mais três, novamente para senador; vamos votar duas vezes para senador. Em seguida, dois quadrinhos para governador e, por fim, mais dois quadrinhos para presidente da República. Se eu não levar uma cola, vou me atrapalhar, pois terei de votar em seis candidatos e digitar 19 números.
As Escolhas
Antes de cruzar o tapete proibido de santinhos na calçada, de falar com conhecidos e leitores desta Coluna e de votar em seis candidatos, digitando 19 números, eu tenho que escolher em quem votar. Não posso desperdiçar a chance de votar e de tentar mudar alguma coisa, por menor que seja. Sendo assim, estou enfrentando uma barra para escolher em quem votar; como aproveitar da melhor maneira possível o meu voto.
A Propaganda Eleitoral
Ando assistindo a propaganda eleitoral na TV, e isso, ao invés de me ajudar, está fazendo com que eu fique ainda mais confuso em relação a algumas escolhas. Pelo menos há figuras que me fazem rir. Sinais!
Os Enganadores
Há um grupo bem grande de candidatos a deputado que enganam os eleitores. Eles olham fixamente para a câmera e garantem que farão coisas que não competem a um deputado. Afirmam com semblante de verdade que vão melhorar o atendimento de saúde, de segurança e da educação.
Um deputado não tem competência para colocar mais médicos nos postos de saúde, nem mais policiais nas ruas e muito menos pagar melhores salários para os professores. Ao invés de serem honestos e de se comprometerem em fiscalizar melhor o Executivo para que não haja corrupção a fim de melhorar os serviços públicos, prometem o que não podem cumprir, encaixando discursos redondos para o público do me engana que eu gosto. É de cair os butiás dos bolsos!
A Mudança
Neste período pré-eleitoral, se fala em mudança como solução automática. Acontece que mudar simplesmente não garante nada. Posso mudar seis por meia dúzia, mudar o ruim pelo pior, mudar um corrupto por outro, e por aí vai. A promessa de mudança tem de ter embasamento e indicar o que vai mudar, como vai mudar, o passo a passo.
Dois Critérios Básicos
Como a propaganda política na TV não está me ajudando a encontrar bons candidatos, eu decidi estabelecer dois critérios básicos de escolha. Primeiro, os seis candidatos em quem vou votar não podem ser corruptos ou estarem vinculados à corrupção. Segundo, se os candidatos prometem o que não poderão cumprir, estão eliminados.
Minha vida de eleitor não está sendo fácil, as opções são poucas e eu entendo que anular o voto ou votar em branco é o mesmo que ajudar a eleger maus candidatos, pois estes são organizados, compram votos e ainda têm o dom de enganar. É um perigo.
Resumo da Bufa
Ser eleitor e votar de forma consciente é tarefa difícil, muito difícil, mas também é a tarefa mais importante para quem entende ser o caminho que conduz a uma vida melhor para todos.
Então, sigo refletindo sobre os votos que irei registrar na urna no dia 7 de outubro (falta definir três dos seis votos). Estou correndo contra o tempo, driblando palpites furados de sabichões de plantão, notícias falsas, enganadores profissionais, santinhos do pau oco e caras-de-pau que assanham a patuleia.
Buracos por todos os lados
E como se não bastasse o drama para escolher bons candidatos, ainda tenho de enfrentar buracos por todos os lados, começando pela BR. Tiraram a Concepa sem um plano B e a estrada se tornou um perigo.
Em Guaíba, as ruas estão viradas em buracos e desníveis. Em alguns trechos, só é possível transitar quando os moradores colocam caliça nas crateras.
Na Aldeia
Nos bastidores políticos da Aldeia, segue o drama ribombante envolvendo a data do julgamento do Vereador Renan: se antes ou depois das eleições.
A Câmara é um mundo de afetos vencidos.
Leandro André
Publicado em 22/9/2018
