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Sexta-feira, 26 de abril de 2024

16/10/2017 - 10h22min

Leandro André

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O Lado Bom de Guaíba

Sou um sujeito crítico. Como jornalista, entendo que tenho a obrigação de apontar os erros do poder público na tentativa de ajudar a corrigi-los. Então, constantemente, me manifesto sobre a bagaça em geral. No entanto, na coluna de hoje, quando Guaíba completa 91 anos, o lado bom da Cidade preside a vitrina. Sim, Guaíba tem seu lado bom.

Aqui na Aldeia, temos vida de interior ao lado da Capital. Esta é a primeira grande vantagem. Vida de interior é boa, porque os amigos e a parentada estão logo ali e a camaradagem facilita a resolução dos problemas cotidianos. O ritmo é mais lento, uma soneca no vento. Nos bairros, ainda se ouve o apito do afiador de facas e o grito do pescador vendendo o peixe. Já vi até Bandeira do Divino sendo conduzida na Vila Elza. Nas ruas silenciosas do Parque 35, sente-se o aroma das panelas quando se aproxima o meio-dia. E quando a monotonia aperta, me mando para Porto Alegre, nosso bairro mais movimentado ali na frente.

Outro ponto positivo de morar em Guaíba é o grande lago de mesmo nome da Cidade. Além da energia positiva da água em abundância, ele impede a ocupação territorial sufocante, o que faz toda a diferença.

Um tempo atrás, tive a iniciativa de conhecer todas as cidades da Região Metropolitana de Porto Alegre; todas. Fui de carro, andei pelas ruas principais, parei nas praças centrais e conversei com alguns moradores. Observei tudo com olhos de espião, anotei num bloco e fotografei alguns espaços. Este circuito levou vários dias e foi enfadonho, mas tive perseverança profissional. A ideia original era fazer uma ampla reportagem especial para publicar em capítulos, mas desisti, pois, se verdadeira, seria uma reportagem insossa. Para ter brilho, eu teria de inventar, florear; forçar a barra, então desisti. Acontece que essa experiência regional me ajudou a ver Guaíba de um ângulo diferente do que estou acostumado no dia a dia.

Em geral, as cidades da Região Metropolitana de Porto Alegre são beges e malcuidadas. Em algumas, têm rodovia de intenso fluxo de veículos atravessando no meio; em outras, quase nada chama a atenção de forma positiva. Claro que minhas visitas foram curtas para tirar conclusões profundas e definitivas, mas o que vi foi suficiente para concluir que Guaíba é disparadamente a melhor cidade para se viver na Região Metropolitana, e isso se deve a sua localização, ao Lago, ao Calçadão da Beira, ao Morro José Lutzenberger e à Sala Verde.

Eu entendo que, se alguém chega em Guaíba pela primeira vez, no início da noite, pela Estrada do Conde, pode ficar traumatizado para o resto da vida. Mas não é o caso de falar sobre isso nesta coluna positiva.

Feita a comparação com as outras cidades da Grande Porto Alegre e de me expor no palanque do rancor da vizinhança, volto a justificar porque é bom morar em Guaíba.

Você, que me lê, já deu uma caminhada tranquila no Calçadão da Beira em um domingo ensolarado de manhã? Já participou de uma roda de chimarrão com amigos no Parque Natural (Sala Verde)? Sua mulher já levou roupas de uma loja para experimentar em casa? Já comeu a pizza cinco queijos do Ricardo? Já observou os biguás pescando lambaris nas praias do Centro? Já mudou o mundo com amigos no Caisinho? Já colocou a conversa em dia em encontro espontâneo na Rua São José? Já se viu na Gazeta Centro-Sul? Já se imaginou em 1835 na sombra do Cipreste? Já andou de caiaque ou admirou o colorido dos barcos no espelho de água? Já curtiu o nascer da Lua cheia na Beira? Já andou de catamarã? Já assistiu algum show bacana na Praça Gastão Leão?

Se você já vivenciou esses momentos, ou parte deles, então você deve concordar comigo que, apesar dos muitos problemas a serem resolvidos, é bom morar aqui na Aldeia.

Eu estou escrevendo um livro sobre Guaíba, que pretendo publicar na próxima Feira do Livro da Cidade. São relatos intensos, feitos por gente da terra e por historiadores, que registram a história da Aldeia de maneira informal e deliciosa. São muitas histórias vividas nesta terra de praias marrons e pedras brancas, de conflitos e paz, de erros e acertos, de estagnações e avanços, de derrotas e vitórias. E tudo é importante, porque é o lugar onde vivemos, porque é a cidade que chamamos de nossa.

Lambança em Camaquã

Segue a série de lambanças na política camaquense. Desta vez, transcendeu a dança das cadeiras de secretários na Prefeitura. Um cidadão denunciou que o prefeito Ivo Ferreira (PSDB) não responde no prazo legal os questionamentos dos vereadores e pediu a sua cassação. Como se não bastasse o fato inusitado de um cidadão comum fazer o papel do vereador desprezado: de reclamar falha do prefeito com o Legislativo, doze parlamentares votaram pela abertura do processo de cassação por conta do desprezo percebido pelo eleitor.

Fui até Camaquã na segunda-feira, 9, para assistir a sessão da Câmara a fim de me informar melhor sobre o tal processo e tentar entender o enredo de perto. Sabe o que aconteceu na sessão? Nada.

Pelo que pude perceber, trata-se de uma estratégia à moda Sucupira para assustar o prefeito arrogante, que sequer divulgou uma nota oficial sobre a acusação ou respondeu à Gazeta Centro-Sul, que ofereceu espaço por meio de sua assessoria para ele se manifestar.

Exigir que o prefeito responda os questionamentos dos vereadores no prazo legal está correto, mas esperar que isso seja feito por um eleitor é de cair os butiás dos bolsos!

Leandro André

[email protected]

Publicado em 14/10/2017.

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