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Sexta-feira, 26 de abril de 2024

27/06/2016 - 14h47min

Leandro André

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A cidade pode ser bacana

Em geral, as cidades brasileiras são muito feias. São raras as que escapam do padrão da feiura e da esculhambação. Gramado é uma das poucas exceções.

Buracos e falta de pavimentação nas ruas, valos de esgoto nos bairros, iluminação pública precária, calçadas intransitáveis, prédios malcuidados, praças e equipamentos públicos degradados, pichação em muros e paredes, lixo por toda parte, trânsito confuso e transporte coletivo caro. Um quadro de alcatrão comum nas nossas cidades disformes, sem planejamento.

Aqui na Aldeia, sacolejo andando pelas ruas centrais de carro; a pé, tropeço e entorto os tornozelos. Nos bairros, o desleixo me esbofeteia. Quando entro na Cidade pela Estrada do Conde, trepido assustadoramente e me incomodo com o abandono.

Já nos acostumamos com o relaxamento. Vejam os restos de um chafariz bem na frente da Prefeitura. Os vândalos destruíram parte da iluminação pública do Calçadão da Beira, então várias luminárias foram substituídas por dois postes, monumentos à gambiarra. As bases das luminárias permaneceram e foram caiadas. As floreiras do Calçadão se transformaram em pedaços de lixeiras. O Lago do Parque Coelhão foi esvaziado, o mato tomou conta e as crianças sumiram. Há muitos exemplos de desleixo para citar, mas já nem ligamos mais, estamos tomados pelo torpor.

A culpa da esculhambação não pode ser atribuída somente ao Governo, pois há comandos de vândalos e relaxados em constante atividade. Gramado não é uma cidade bonita porque o Governo é bom, ela é bonita e boa para se viver porque a sociedade decidiu assim.

Em algum momento da história de Guaíba, parte importante de sua identidade foi perdida, porque nós nos perdemos na poeira da indiferença. E isso precisa ser revertido. Procura-se o espírito revolucionário do passado.

É verdade que muitas coisas evoluíram na Aldeia, estamos longe do fim do mundo e da terra arrasada. A natureza é generosa, existem lugares bacanas, como o Sítio Histórico; o Belvedere, que revela em tela natural a Capital dos Gaúchos; o Calçadão da Beira, que nos aproxima do Grande Lago Guaíba; a Praça Gastão Leão, das múltiplas manifestações; e a Sala Verde, dos encontros suaves nos finais de semana.

Há ações positivas e talentos que se destacam de forma significativa nos segmentos do Esporte e da Cultura, como referências nos cenários do Estado e do País. Temos a Associação de Canoagem Guahyba; o canoísta Edinho Silva; a AGF; a Patinação Artística; o Coral Canto e Encanto; as orquestras do Projari e da Assembleia de Deus; o violonista Christian Silva; a Fábrica de Gaiteiros; o Setor Cultural e Artístico do CTG Darci Fagundes; a Invernada Adulta do CTG Caudilho Guaibense; e o Festival Nacional de Vídeo Estudantil. Há também um núcleo forte de músicos talentosos na Aldeia. E o melhor de tudo, há muitos amigos por toda a parte, sempre por perto.

É preciso resgatar a identidade da Cidade, retomar a Educação Ambiental nas escolas, intensificar a participação popular nos eventos que decidem; precisamos nos incomodar com a feiura. Enfim, temos que acreditar que a nossa Aldeia pode ser bacana, melhor, um baita lugar para se viver. Quando a maioria acreditar nisso, as coisas vão começar a mudar, passando da ladainha para as ações efetivas. O poder público e as instituições têm de promover esta mudança, criando uma agenda mínima.

Somente com atitude voltaremos a contar com um hospital público. Com atitude, certamente podemos implantar um parque modelo no Morro da Hidráulica; resgatar o lago e o jardim no Parque Coelhão, enchendo de crianças novamente. Com atitude coletiva, as ruas serão pavimentadas com qualidade; a cidade será limpa e bem iluminada, mais segura. Em Gramado, a população acreditou nisso. Quem faz uma cidade são seus habitantes, e compreender o que isso significa faz toda a diferença.

A Passagem do Catamarã

A Câmara Municipal de Guaíba e a Agergs realizaram uma audiência pública sem avisar o público. O resultado foi que ninguém foi. A audiência pública sem público aconteceu na noite de quarta-feira no Plenário da Câmara. O objetivo era debater o preço da passagem do catamarã.

O Vereador Chacrinha me falou sobre a audiência em uma conversa informal, mas sem o convite formal a informação é passível de esquecimento, considerando a demanda de assuntos que trato todos os dias. Apostaram nas redes sociais e ficou só nas curtidas.

Desde que o sistema da travessia hidroviária foi implantado, eu questiono o preço da passagem, que considero caro, muito caro. Em Guaíba, a sociedade sempre se queixou do preço das passagens do transporte intermunicipal, mas quando chegou o catamarã, com preço maior, incrivelmente se calou. A maioria saudou somente o lado bacana do turismo e tal, mas sobre o preço da passagem fiquei resmungando sozinho por um tempo, feito um ranzinza. Agora, com a queda do número de passageiros o tema volta à pauta, mesmo que em audiência pública sem público.

Pré-candidatos a Prefeito

Os leitores me cobram nomes de candidatos a prefeito. Eu explico que, antes das convenções partidárias, existem apenas pré-candidatos. Essa semana, apurei que em Guaíba, até o momento, existem pelo menos quatro pré-candidatos a prefeito (a). Pela ordem alfabética: Beto Quadros (PSB), Dra. Elizabeth (PMN), Maranata (PR) e Sperotto (PTB).

Leandro André

[email protected]

Publicado em 25/6/16.

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