03/01/2020 - 10h46min
Pois é! Chegou 2020. Parece que o tempo está passando mais rápido. Num piscar de olhos... Chega um novo ano. Já não sei mais se eu levo a vida ou a vida me leva! Dizem, os especialistas, que é preciso quebrar a rotina para ver melhor o tempo passar. O problema é descobrir como fazer isso. Aliás... O difícil é romper com esse modelo de vida que chamamos de moderno.
Que ano conturbado esse que passou! Acredito que, para entender bem o que aconteceu, só o tempo e uma boa análise dessa história. Não foi um ano normal! Os resultados das profundas alterações nas relações de trabalho e na previdência social só o futuro nos mostrará. No Chile... Já estão aflorando!
Nessa primeira “Perspectiva” do ano, vou destacar a educação, alvo dos “pacotes estruturantes” sacados das noites de trevas do neoliberalismo e do conservadorismo. Por força do meu trabalho, manuseando dados de pesquisas da ONU, do IBGE, do IPEA e de Universidades, me deparei com informações que destacam a existência de um “Apartheid Social” promovido pelas desigualdades de acesso à educação. Observa-se nessas publicações que a educação se destaca como instrumento para a reprodução das desigualdades.
A UNESCO - Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura, relata, nas suas publicações, que há uma forte correlação entre o aprofundamento das desigualdades sociais e a baixa oferta de educação de qualidade. Essas desigualdades na formação educacional, combinada com a dependência da renda de uma pessoa adulta com seu nível de escolarização, fecha um círculo vicioso perverso que podemos classificar como um Apartheid Social. A educação tornou-se um fator de exclusão social.
Essas pesquisas constatam que a renda está diretamente correlacionada à escolaridade. A cada ano a mais de formação, implica em um aumento na ordem de 10% a 20%. Por outro lado, a qualidade da educação também contribui com aumento da remuneração do trabalho. Nesse contexto, a qualificação dos profissionais da educação pode representar uma diferença de cerca de 50% no salário de pessoas com mesmos níveis de formação educacional. A luta empreendida nos mais diversos segmentos sociais em defesa da educação precisa ser a principal pauta política de uma nação. Ela deve ser entendida como uma batalha nos mesmos níveis das demais lutas sociais e econômicas. É com uma educação de qualidade e um acesso democrático e universal que vamos ter uma sociedade justa e sustentável.
Reforço, por fim, que a forma mais rápida e segura de construir uma sociedade igualitária, onde reine a paz, é pela democratização do acesso à educação de qualidade. É o caminho para superar as desigualdades sociais. O desmonte da educação só serve para subjugar o povo a interesses difusos.
“Seria uma atitude muito ingênua esperar que as classes dominantes desenvolvessem uma forma de educação que permitisse às classes dominadas perceberem as injustiças sociais de forma crítica.” (Paulo Freire).
Túlio Carvalho
Publicado em 04/1/2020.
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