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Sexta-feira, 26 de abril de 2024

01/11/2019 - 14h52min

Perspectiva

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Verde!... Que não te quero... Verde!

A Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, em Estocolmo,1972, foi a primeira grande reunião de chefes de estado organizada pelas Nações Unidas (ONU) com a finalidade de tratar questões relacionadas à degradação do meio ambiente. É reconhecida como um marco nas tentativas de melhorar as relações do homem com o Meio Ambiente.

Na Rio-92, Eco-92 ou Cúpula da Terra, 20 anos depois, os países reconheceram o conceito de desenvolvimento sustentável e começaram a moldar ações com o objetivo de proteger o meio ambiente. Com esse paradigma, três pilares fundamentais foram incorporados aos debates sobre o futuro do planeta: o econômico, o social e o ambiental. Se não for viável economicamente, não é factível. Se não for justo socialmente, não sobrevive no tempo. Se não for sustentável, que respeite a capacidade suporte dos recursos naturais, não tem horizonte e é um crime contra as gerações futuras. Essa proposta agregou aspectos ético-morais ausentes no modelo vigente.

Na 21ª Conferência das Partes (Paris/2015), foi adotado um novo acordo com o objetivo de fortalecer a resposta global à ameaça ao aquecimento e reforçar a capacidade dos países para lidar com os impactos decorrentes dessas mudanças. O Brasil foi signatário. Bolsonaro sinalizou a saída do acordo.
Diante do agravamento da crise, líderes mundiais, empresas e sociedade civil anunciaram, na Cúpula de Ação Climática da ONU (Nova York / 2019), medidas abrangentes e urgentes para conter as mudanças climáticas.
Enquanto isso, algumas algozes vozes, agarradas em poucas dezenas de publicações de origem discutível, duvidam do aquecimento, ignorando milhares de pesquisas científicas, publicadas em importantes revistas especializadas pelo mundo, que comprovam essas alterações no clima.
No rastro dessa trama, o ataque à gestão ambiental, no Brasil, se aprofunda. Vivemos um retrocesso sem precedentes na legislação e uma intensa desqualificação das instituições e dos técnicos dessas áreas. IBAMA, ICMBIO e o INPE, na esfera federal e a SEMA e a FEPAM, na estadual, que digam! Aqui, a SMAMA ainda não foi atacada. Possui equipe técnica competente e estrutura suficiente, porém, qual é a razão dos maus feitos?

O movimento negacionista das mudanças climáticas, maquiavelicamente enjambrado por influenciadores de extrema-direita, pegou a floresta amazônica como bola da vez. É preocupante ver que os gestores públicos, que deveriam estar à frente, na defesa desse importante patrimônio socioambiental, criam uma atmosfera de conflitos com informações equivocadas e tendenciosas que só servem para confundir a opinião pública e prejudicar a imagem do país. O slogan para essa orquestração poderia ser: Verde... Que não te quero... Verde!

“Está claro que a espécie humana não poderá continuar por muito tempo com a sua cegueira ambiental e com sua falta de escrúpulos na exploração da natureza.” (José Antônio Lutzenberger)

Túlio Carvalho

[email protected]

Publicado em 02/11/2019

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