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Sexta-feira, 26 de abril de 2024

04/06/2018 - 14h39min

Perspectiva

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Amar a Deus é amar sua obra!

Num desses melancólicos dias de outono, quando o sol mascara a proximidade do inverno, depois do almoço, como de costume, fui curtir com colegas um cafezinho. Lá, sempre rola um papo legal! A pauta era a crise provocada pela paralisação dos caminhoneiros e o colapso no abastecimento.

Compunham a “mesa de debates”, três economistas e eu, agrônomo, crítico do modelo de desenvolvimento alicerçado só no pilar econômico. Para turbinar o bate-papo mudei o foco, cutucando sobre o grande equívoco dessa política desenvolvimentista que foi estruturada na logística do transporte rodoviário. Somos “pneus dependentes”! Provoquei apontando a insustentabilidade socioambiental. Por fim, sentenciei: No brete em que nos colocaram com esses projetos capitalistas... só Deus nos salva!

Foi “gasolina aditivada” na fogueira. O cético do grupo se antecipou e trouxe Einstein à mesa, citando uma manifestação desse eminente físico, sobre “nossa divindade”: “Acredito no Deus de Espinoza que se revela por si mesmo na harmonia de tudo o que existe, e não no Deus que se interessa pelo destino e pelas ações dos homens”. Os demais discordaram! Tumulto geral!

Fiquei curioso e busquei informações sobre o filósofo apontado por Einsten. Baruch de Espinoza (Bento de Espinosa) era de uma família português-judia, que fugiu da Inquisição, para Amsterdã, onde nasceu em 1632. É considerado o fundador do criticismo bíblico e considerado um dos grandes filósofos racionalistas. Encarou uma barra pesada pelo que li!

Na breve pesquisa, deduzi que ele não entendia Deus como um ser à parte ou externo ao mundo, mas, sim, uma entidade que comanda o universo como um “gerente” onipresente, encontrado em todos os lugares. Deus seria a Divindade da Ordem Eterna da Natureza, muito além do nosso entendimento fragmentado. Diria que, para Espinosa, Deus é a alma, enquanto que o universo é o seu corpo. Já para Einstein, Deus é a lei que rege o universo.

Fiquei meditando sobre isso. Procurei uma conexão dessa forma de entender Deus com o que a maioria das doutrinas religiosas prega. Parece ser que o denominador comum é a crença que Deus criou o universo e tudo que nele existe. Ah!... Sim!... E o respeito, a devoção e o amor ao “nosso Pai”!

Nesse contexto, trago algumas indagações: Por que nós, “filhos do mesmo Pai”, vivemos da exploração de nossos “irmãos”? Por que desprezamos a criação divina? Por que não entendemos que destruir a natureza é não respeitar as futuras gerações? Por que é difícil o ser humano compreender que tudo é produto do “amor” de Deus? Observem! Prestem atenção nos detalhes da Sua criação! Há perfeições que mostram a imagem de Deus, Corpo de Deus, como diria Espinosa. Entendo que amar a Deus, “nosso Pai”, é amar Sua obra e isso independe de credo ou doutrina.

“Pergunta Errada: Se eu acredito em Deus? Mas que valor poderia ter minha resposta, afirmativa ou não? O que importa é saber se Deus acredita em mim.” (Mário Quintana)

Túlio Carvalho

[email protected]

Publicado em 2/6/2018.

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