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Sexta-feira, 26 de abril de 2024

03/07/2017 - 09h48min

Perspectiva

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“Janelas Quebradas”

Em junho, o programa AMBA DEBATE: Voz da Cidadania, na Rádio Fraternidade FM, discutiu sobre mudanças climáticas: visão global e ação local. Tivemos a participação do engenheiro agrônomo Luiz Cláudio Ziulkoski, do engenheiro florestal Maximiliano Finkler e do arquiteto Reginaldo Lacerda, técnicos, esses, responsáveis pela estruturação do sistema municipal de meio ambiente e de importantes “planos” para o desenvolvimento sustentável.

O bate-papo começou com uma visão global sobre a crise ambiental mundial, passou pela política nacional e estadual, chegando à gestão municipal de meio ambiente. Foi uma oportunidade ímpar de ouvir esses profissionais explanarem sobre suas análises e proposições para Guaíba.

Durante o debate, veio uma experiência de psicologia social desenvolvida pela Universidade de Stanford (EUA) – “Janelas Quebradas”. Dois carros idênticos, da mesma marca, modelo e cor foram deixados abandonados na rua. Um no Bronx, zona pobre e conflituosa de Nova York e o outro em Palo Alto, zona rica e tranquila da Califórnia, bairros com populações muito diferentes. Especialistas em psicologia social estudaram as condutas das pessoas. O carro abandonado no Bronx começou a ser depredado em poucas horas. As rodas foram roubadas, depois o motor, os espelhos, o rádio, etc. Levaram tudo o que fosse aproveitável e aquilo que não puderam levar, destruíram. Contrariamente, o carro deixado no Palo Alto ficou intacto.

Em sequência, os pesquisadores quebraram um vidro do automóvel de Palo Alto que estava íntegro. Depois disso, aconteceu o mesmo processo ocorrido no Bronx. Roubo, violência e vandalismo reduziram o veículo à mesma situação daquele deixado no bairro pobre. Por que o vidro quebrado na viatura abandonada, num bairro supostamente seguro, foi capaz de desencadear todo um processo delituoso? Evidentemente, não foi devido à pobreza. Trata-se de algo que tem a ver com a psicologia humana e com as relações sociais.

Essa “tese” poderia, quem sabe, explicar o comportamento da população ao consagrar pontos viciados de descarte irregular de resíduos sólidos urbanos em vias públicas ou terrenos baldios. O simples fato de aparecer “lixo” descartado em algum ponto, desencadeia o imaginário de que é um “lugar de desova”. Materializada a área, fica complicado para o gestor público alterar tal procedimento, pois não consegue reverter essa realidade.

A questão que trago nessa “Perspectiva” é a importância de intervir no “imaginário social” com um trabalho de educação socioambiental permanente, capaz de informar e orientar sobre os procedimentos legais no descarte de resíduos sólidos urbanos. Falando nisso, enquanto estão “gastando a beira” no centro de tanta faxina, “as beiras” da Alegria e da Florida estão “inundadas” de tanto lixo! E o Marco Farroupilha?!... Afogado na “sujeira” e no abandono!

“Não é a consciência do homem que lhe determina o ser, mas, ao contrário, o seu ser social que lhe determina a consciência”. (Karl Marx).

Túlio Carvalho

[email protected]

Publicado em 1/7/2017

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