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Sexta-feira, 26 de abril de 2024

03/05/2021 - 15h30min

Comportamento

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Felicidade Colaborativa

Nascida em um antigo primeiro de maio, minha mãe foi uma legítima trabalhadora, inspiração na descoberta da beleza que é possível encontrar na simples realização de tarefas, sejam caseiras ou mundo afora.

Na luta diária daquela precoce e difícil viuvez para colocar-nos, os seus quatro filhos, no caminho dos estudos e do trabalho honesto, os grandiosos alicerces de uma vida feliz, me fiz sua fiel seguidora em conselhos, resiliência e entusiasmo.


Mas enquanto me dedicava à busca de saberes escolares para construir um sólido universo profissional, quieta e admirada, gostava de navegar na criatividade daquela arte culinária, de tratar meus medos na terapia do tricô e dos doces de tacho. E como foi bom descobrir o tanto de encantamento que havia em tecer a manta de lã usada para enfrentar o frio.


A irmã mais velha, normalista, colecionava palitos de picolé e tampinhas de garrafa para o seu estágio, conclusão gloriosa da sua dedicada formação. Sempre quis ser professora, trabalhar com livros, ensinar leitura e escrita. E nesse trabalho, tenho certeza, encontrou muita felicidade.


Os dois irmãos tiveram que trabalhar bem cedo, na indústria e no comércio, estudando à noite. Ah, quantas vezes nossa mãe foi chamada na escola profissionalizante da Capital para saber que dormiam durante as aulas, com frequência jogavam futebol no horário de interpretar textos e fazer redações. Ambos se tornaram contadores, certamente sob influência das incontáveis manobras de crédito e débito anotadas no caderno materno.


Sem saber o que seria no futuro, pensei em ser psicóloga, mas não durou muito essa escolha. Então, acreditei que poderia ser boa arquiteta, mas percebi que não era minha vocação. Eis que me vi, de repente, apaixonada por números e equações, que, combinados com o exemplo positivo da irmã mais velha, me levaram direto para a sala de aula. E foi entre cálculos e gráficos que encontrei meu caminho para o trabalho, tornando-me também professora, a segunda da prole.


Do pai comerciante e da mãe dona de casa, duas professoras e dois contadores surgiram no mundo. Sempre procurando construir uma vida digna e feliz, sem deixar de pensar em socializar um pouco de felicidade com as outras pessoas. Porque o trabalho deve ser assim, aprendizado constante, envolto em esperança e entusiasmo. É nossa felicidade colaborativa.

Cristina André

[email protected]

Publicado em 30/4/21.

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