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Sábado, 27 de abril de 2024

29/03/2021 - 11h35min

Bicho Amigo

Impacto da Pandemia no Comportamento dos Cães

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Segunda Parte

Por Adriana de Oliveira, cinóloga e etóloga especialista em comportamento canino



Vimos a adoção de cães em abrigos subir de forma significativa durante a pandemia. Assim que as vidas das pessoas voltarem ao normal, é preciso estar preparado(a) em relação aos cuidados dos animais.



Dois Grupos Distintos


Grupo 1 - Cães que já conviviam com suas famílias antes da pandemia.


Os cães desse grupo sofreram mudanças nas rotinas. A grande maioria foi educada e condicionada dentro de rotinas totalmente diferentes. Disponibilidade de tempo e de pessoas costumava ser mais escassa antes da pandemia. O cão costuma ficar ansioso quando não entende o que se espera dele. Quando acostumado a uma rotina, isso muda drasticamente, o cão entra em um processo de adaptação, ele precisa de certa forma entender e antecipar o que acontece a sua volta. Quando não consegue fazê-lo, os distúrbios de ansiedade começam a aparecer. Alguns cães respondem a ansiedade com distúrbios psicossomáticos, podendo adoecer fisiologicamente, outros podem se tornar agressivos ou agitados e outros desenvolvem apatia.



Grupo 2 - Cães adotados no período da pandemia. Foram condicionados a uma disponibilidade de tempo excessiva, pessoas sempre presentes, concessões, liberdade em excesso.


No caso desse grupo, o que preocupa é a rotina que eles encontrarão pós pandemia. Temos a métrica de não permitir a um cão, na fase infantil ou da adaptação, aquilo que ele não terá permissão para fazer quando adulto. Esse grupo de cães, na sua maioria, irá desenvolver ansiedade por separação. Distúrbios no processo do entendimento do vínculo e da liderança, pela liberdade demasiada que lhe foi oferecida na fase de educação e da adaptação.


Para ambos os casos existem maneiras de colocar as coisas no lugar, preparando o cão para essa nova realidade e rotina. Entendendo seu comportamento instintivo, podemos nos comunicar diretamente com eles em uma linguagem clara e assertiva. O que nos permite não só corrigir o que precisa ser corrigido, mas também alinhar comportamentos e emoções, tornando não só o cão mais feliz e saudável, como todo o grupo a sua volta.


Transitar o cão de uma realidade canina, para uma realidade humana, é o que as pessoas costumam fazer de forma intuitiva e daí nasce a grande maioria dos distúrbios. É muito comum a essa convivência tão próxima, as pessoas oferecerem uma vida quase humana aos seus cães e os expor a problemas humanos que eles não conseguirão resolver. Essa é outra realidade que precisa ser corrigida: evitar uma convivência demasiadamente próxima.



Publicado em 26/3/21.


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