Gazeta Centro-Sul
Sexta-feira, 19 de abril de 2024
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12/04/2021 - 15h24min
Leandro André
Avaliação do Governo Maranata
Conforme já comuniquei aqui pela Coluna, concedemos cem dias para o Governo Maranata, sem críticas incisivas, considerando ser este um tempo razoável de adaptação para qualquer governo que começa um trabalho do zero, ou seja, quando não se trata de continuidade, de segundo mandato.
No dia 10 de abril, o Governo Maranata completará cem dias. Então, na edição impressa do dia 16, prometo fazer uma avaliação, o mais racional e imparcial possível, desta arrancada de uma administração que entrou em campo vindo de uma oposição ferrenha ao governo anterior. Estou sendo cobrado por esta avaliação.
Ritmo da Vacinação
Algumas pessoas têm criticado o ritmo lento da vacinação contra a Covid-19 em Guaíba. A crítica avança também em relação ao atendimento no Hospital local.
Sobre o ritmo da vacinação na Aldeia, concordo que está lento. A Gazeta fez matéria sobre isso na semana passada e o Governo anunciou a intenção de acelerar o processo com apoio de vacinadores voluntários. Ver matéria nesta edição. A situação fica ainda mais complicada, considerando que está iniciando a campanha de vacinação contra a gripe H1N1. Espera-se que a Secretaria Municipal da Saúde consiga acelerar o ritmo da vacinação. Além dos voluntários, devidamente qualificados para a função, a Prefeitura poderia usar cargos de confiança (CCs) para contratar profissionais de saúde a fim de ajudar na vacinação. O tempo faz muita diferença neste momento de contágio acelerado.
Hospital de Guaíba
Em relação ao atendimento no Hospital Regional de Guaíba, tenho tentado me informar por meio de diferentes fontes, principalmente em relação às críticas mais ácidas, que classificam o atendimento como precário, para ficar no conceito menos agressivo.
Visto que não tenho como verificar in loco o sistema de atendimento, por tratar-se de Covid-19, uma doença altamente contagiosa, sem que haja permissão de ingresso no Hospital, busco relatos de quem viveu a experiência pessoal da internação e de familiares e amigos de doentes que estão no Hospital ou se trataram lá. Estou encontrando muita dificuldade para avaliar esta questão de forma segura, considerando envolver muita emoção. Os que se curam agradecem e elogiam o atendimento, já os familiares dos que foram a óbito têm reações muitas vezes tão duras quanto tristes. Sigo tentando acompanhar o que está acontecendo, tendo em vista tratar-se de uma pandemia, com consequências muito ruins para a sociedade.
Essa semana, questionei o vereador e médico João Collares sobre o trabalho que vem sendo realizado no Hospital local. No Governo Sperotto, Collares se destacou como um dos maiores críticos da gestão do sistema de saúde do Município e, consequentemente, do Hospital desde a sua inauguração. O vereador e médico batia forte na Secretaria Municipal da Saúde. Então, solicitei a sua avaliação agora, na condição de integrante do bloco governista. Pedi que avaliasse o atendimento no Hospital a partir das críticas que apontam insuficiência tanto de infraestrutura quanto de equipes completas para atendimento na UTI.
O Vereador Collares respondeu meu questionamento no texto que está publicada ao lado. Confira o que ele disse.
Sobre o Arroio Passo Fundo
Tramita na Câmara Municipal de Guaíba o projeto de lei 011/2021, que trata sobre o regramento para preservação da Bacia do Arroio Passo Fundo, o maior passivo ambiental da Cidade. Vejo boa intenção neste PL, mas entendo que é mais uma ação teórica entre tantas que formam um conjunto de blá-blá-blá estéril em torno da questão. Importante ressaltar que uma lei com brechas pode complicar ainda mais o que já está ruim. Legislação já existe, o que falta é fiscalização efetiva para que seja cumprida
A poluição do Arroio Passo Fundo é um somatório de poluentes despejados lá. Ver artigo assinado pelo engenheiro florestal Maximiliano Finkler nesta edição.
O que precisa acontecer para resolver o problema são ações práticas, o que finalmente pode se tornar realidade com a PPP da Corsan. Pela primeira vez, o tratamento sanitário pode se tornar realidade naquela região da Cidade. Mas, para isso, a sociedade e o Ministério Público precisam acompanhar a execução do projeto de perto; bem de perto. E, além disso, é preciso fiscalizar as emissões industriais no perímetro urbano, e de agrotóxicos, no meio do caminho, quando o Arroio passa por lavouras.
Saneamento e fiscalização eficaz é o que precisa acontecer para despoluir o Arroio Passo Fundo. Chega de delongas, como Dia do Arroio, Abraço ao Arroio, discursos dramáticos, eventos na Câmara Municipal, e de empilhar leis que não são cumpridas.
A PPP da Corsan foi aprovada, o contrato assinado, o Município solicitou que as obras iniciem naquela região da Cidade. Então, o foco das autoridades e da sociedade deve se voltar para isso e para a fiscalização. Legislação já existe, mas não é cumprida como deveria.
A Outra Estatística
São abundantes os dados estatísticos sobre a contaminação da Covid-19 em todo o mundo. No entanto, não existem estatísticas mostrando as doenças e as mortes causadas em decorrência das medidas de combate à pandemia e da quebradeira de empresas. O que os olhos não veem o coração não sente.
Não há solução fácil para problema difícil. Em se tratando de pandemia, entendo que a luta para superá-la tem de ser compartilhada entre governos e sociedade, com ações transparentes e medidas de compensação: se fechar, tem de ter alternativa de sobrevivência; se desrespeitar as normas, comprometendo a coletividade, tem de ser punido. Avaliação sistemática e comprometimento de todos são essenciais. Quando se politiza um problema importante como esse, todos saem perdendo. Infelizmente, é o que acontece no Brasil.
Orgulho de Guaíba
Quando eu soube que mais de duzentas pessoas tinham feito inscrições para atuarem como voluntárias no processo de vacinação em Guaíba, senti orgulho imenso da nossa Cidade. Meus bolsos se encheram de butiás. Parabéns e obrigado!
Leandro André
Publicado em 01/4/21.
