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Quinta-feira, 18 de abril de 2024

12/04/2021 - 13h07min

Comportamento

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Para acalmar o coração

Sempre gostei das aulas em que resolvíamos situações matemáticas, os antigos problemas, sobre porcentagem. Depois de termos aprendido regra de três simples e composta, é claro, e já sabendo o que são grandezas direta e inversamente proporcionais.


Anos mais tarde, lá estava eu, no lugar que foi dos meus professores, tentando transmitir aos estudantes aquelas extraordinárias e indispensáveis lições que me ensinaram aos dez, onze, 12 anos de idade. É a elas que recorro, com frequência, para entender certos acontecimentos, interpretá-los com cuidado lógico para não cometer equívocos.


Ao tomar conhecimento das mensagens desrespeitosas e agressivas que foram compartilhadas por jovens profissionais da saúde que trabalhavam com o dever de cuidar das pessoas acometidas pela Covid-19, no Hospital Regional de Guaíba, transformando em piada a tragédia humana que acontecia diante dos próprios olhos, em camas hospedeiras de dores solitárias, foi no aprendizado matemático que encontrei certo consolo.


Ainda comovida pelo impacto inicial, tentei acalmar o coração refletindo sobre o que aprendi naquelas boas aulas de porcentagem. Foi nos números que constatei: duas ou três enfermeiras nada representam no universo de trabalhadores da saúde, em sua maioria cumpridores de tarefas profissionais com zelo e compaixão. E que, demos graças aos cálculos, para cada uma destas pessoas carregadas de desafeição, existem milhares de outras, mundo afora, cuidando dos nossos doentes com a necessária empatia e dedicação, como deveriam fazê-lo todos os humanos.


É recorrente, em mim, lembrar das aulas em que aprendi a resolver problemas, hoje chamados de situações matemáticas, especialmente sobre porcentagem, regra de três simples e composta, grandezas direta e inversamente proporcionais. Através destes conhecimentos adquiridos em antiga e boa escola, compreendo que certos acontecimentos, por mais impactantes que sejam, não representam a humanidade que habita em nós.


O que aconteceu no Hospital Regional de Guaíba é pequeno demais diante do amor que a maioria é capaz de compartilhar; insignificante, se comparado com o grandioso respeito que nutrimos uns pelos outros.


Pobres enfermeiras, essas que causaram tanto abalo em nossa comunidade.

Cristina André

[email protected]

Publicado em 09/4/21

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