26/12/2016 - 09h28min
Talvez, caro leitor, essa seja uma das colunas mais difíceis dos últimos cinco anos; sempre me senti à vontade para criticar o Governo Henrique Tavares – quando necessário; ou de divulgar os bons resultados da AGF, que vem fazendo história nos últimos tempos; ou mesmo, exaltar o magnífico trabalho realizado pelas Irmãs de São José. Por vezes, até choro, relendo algumas de minhas colunas. Entretanto, tenho grande dificuldade de assimilar despedidas.
Na madrugada de quinta-feira, 22, quis o cara lá de cima que o meu amigo Gelson Berbigier fosse lhe fazer companhia. Egoístas que somos (ou sou), não consigo me adaptar a certas despedidas. Como não poderia ser diferente, como dezenas de amigos seus, fui até a Capela do Narciso prestar meus sentimentos. Que pessoa bem quista, era o Gelson. Um orgulho para sua família.
Poderia falar aqui que foi um dos maiores responsáveis pelo que a APAE de Guaíba é hoje (um exemplo para o Estado); poderia, também, dizer que é um pai de família exemplar; um cara que acreditava na verdade; e nas pessoas Do Bem. Tudo isso, bem sei, é chover no molhado: todo mundo sabe. O que divido contigo, leitor, é uma recordação do dia que estava sentado no sofá da sala do Gelson, quando ele em tom de voz diminuto me questionou calmamente:
- o que tu realmente espera da vida, Fabinho?
Silenciei por um instante, que mais parecia uma eternidade.
- Faço boas perguntas, pois tenho um filho jornalista, assim como tu – disse, tentando confortar meu silêncio.
Sou melhor com perguntas do que com respostas, admito. Soltei, despretensiosamente: espero ter condições de cuidar dos meus. Ele chorou. Eu também.
Saí achando que tinha sido uma resposta ruim; desde então, a convivência e admiração só aumentaram. Na quinta, 22, teve um até logo – não gosto de chamar de despedida, porque realmente não é.
Tenho certeza de que ele estará lá de cima, enviando boas vibrações a sua família, neste período de fim de ano, entendendo exatamente o que precisam; sabe muito cuidar dos seus, o Gelson.
E lá de cima, também, tenho certeza que entenderá as decisões profissionais que tomei nos últimos dias; até nem cheguei a comentar com ele pessoalmente; a conversa no sofá da sala, anos atrás, entretanto, foi uma das balizadoras dessa decisão. Obrigado, Gelson.
Então, caro leitor, se tiver um tempinho, releia essa Coluna. Ela é a penúltima antes de minha despedida oficial - depois de 12 anos de Jornalismo na Gazeta Centro-Sul.
Sentirei, sem dúvidas, falta de tua leitura, aos sábados pela manhã. E das conversas com o Gelson Berbigier.
Não consigo, mesmo, me adaptar com despedidas. Prefiro, sempre, um até logo.
Sobre o Consulado do Inter - Hoje, o Consulado do Inter de Guaíba é um dos mais atuantes do RS. Movimentou cerca de R$ 100 mil neste ano, entre suas atividades sociais e transporte ao Beira-Rio. Um exemplo a ser seguido no Estado; não à toa o ex-cônsul Norberto Guimarães deverá assumir como vice-presidente da próxima gestão; e o atual, Jackson Rocha, diretor para o novo biênio. Que beleza.
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O Consulado do Inter de Guaíba apoiar e organizar diversas atividades de Natal, beneficiando mais de mil crianças no Município.
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Alguns torcedores acreditarem que apenas a volta do D’Alessandro solucionará os problemas do Colorado.
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O que esperar para o Esporte do Município em 2017?
Publicado em 24/12/16.
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