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Quinta-feira, 25 de abril de 2024

05/12/2016 - 14h02min

Toques Esportivos

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O Encantador Amor pelo Futebol

Já acompanhei de perto o dia a dia de um Clube. Mais de um, até. Todo seu lado sujo, rasteiras políticas. Amigos deixando de ser - por bobagens, ou não. Dinheiro esvaindo como espumas ao vento. Em meio a isso, a bola rola. Dirigentes viram gigantes. O cinismo rola. Milhões são divulgados em balanços ressalvados. O mau-caratismo desliza.

Confesso, amigos, quase desisti do futebol. Passei a acompanhar de longe. Por vezes, tapando o sol com a peneira. Feliz. Mesmo, desacreditado do futebol.

Nas fortes dores, acredito eu, somos forçados a rever alguns conceitos. Geralmente, sou meio cético a determinadas barbáries que acontecem rotineiramente em nosso cotidiano. Mas a da madrugada da última terça-feira, 29 de novembro, com a queda do voo charter que levava a equipe da Chapecoense, na final da Sul-americana, me derrubou. Atletas, dirigentes, jornalistas: famílias dilaceradas. Uma tristeza sem fim.

A Comoção Mundial

O início do meu texto, ali em cima, amargo, é justamente para mostrar a ti, caro leitor, que, mesmo em um momento trágico, temos muito o que aprender. Na terça-feira, 30, vendo a repercussão que a população mundial acolheu os jogadores da Chapecoense, voltaram a me devolver o amor ao futebol. Não tem como não chorar ao ver o minuto de silêncio no jogo do Liverpool (um minuto de verdade. E de silêncio, mesmo); e então, o que dizer do estádio do adversário, lotado, cantando “Vamo, Vamo chapê”; ou, mesmo, as centenas de homenagens mundo afora. Essa, amigos, creio que seja a verdadeira força do futebol.

As Causas do Acidente

Quando jovem, iniciei o curso de piloto privado no Aeroclube do Rio Grande do Sul, na Capital. Apesar de não concluir a habilitação total, à época, tive importantes conhecimentos nas disciplinas básicas: navegação aérea, meteorologia aeronáutica, conhecimentos técnicos e motores, regulamentos de tráfego aéreo, e teorias de voo; conforme as declarações oficiais das autoridades colombianas, o que a companhia fez foi de uma irresponsabilidade do tamanho da colorada ao deixar o Celso Roth na casamata do Inter. Uma barbaridade. Uma sequência de falhas absurdas. Apesar de não concluídas, as investigações em nada vão reparar a dor das famílias. Mas tem de ser avaliadas. E bem.

As Mortes de Jornalistas

Além dos jogadores e dirigentes da Chapecoense, esse foi um dos maiores acidentes envolvendo jornalistas na história do Brasil. Grandes nomes se foram. Duas tragédias em uma.

E pensar que tem gente que compara isso a um descenso a segunda divisão. Coisas do futebol. O lado vazio do copo. O lado cheio, entretanto, podemos ver em atitudes aqui mesmo, no Brasil, e mundo afora.

A Chapecoense, apesar da dor que deixa entre os seus, teve seu capítulo mais importante na última semana. Capítulo de um livro aberto com muitas páginas positivas a serem viradas. Que vão em paz.

Hoje, voltei a acreditar no encantador amor do futebol.

A Soberba Colorada

Tudo bem, não vou ficar martelando que o Fernando Carvalho foi de uma infelicidade gigantesca em comparar o descenso do Inter com a tragédia da Chapecoense. Perdeu o momento de ficar quieto, tá nervoso e tal. Ao menos, tentou se redimir. Ponto.

O pior, ao meu ver, é o choro antecipado, argumentando que “lá na frente”, o adiamento das partidas tem de ser discutido. Logo o Carvalho que nunca desistiu, assim como ocorreu em 2002. Teve fé (mala preta?) e deu certo.

Carvalho, penso eu, é o retrato do Inter hoje: já venceu tudo; agora, está ultrapassado, soberbo, arrogante. Os “Adoradores do Carvalho” certamente dirão que a culpa é do Piffero, que também é soberbo, arrogante e afins. E realmente também estarão certos. Culpa dele também. Mas quem manteve o Celso Roth até não dar mais, não foi ele, conforme dito pelo próprio Carvalho.

O mesmo Roth que proporcionou o maior fiasco da história do Inter, até então, o Mazembe. Ao que tudo indica, Carvalho, Piffero, Roth, que estavam lá, em 2010, conseguirão superar essa marca.

“Time grande não cai”. É meus amigos, essa soberba que, muito provavelmente derrubará o Inter. Caso não derrube, Carvalho voltará a ser deus entre alguns colorados e segue o baile.

Com a Mão na Taça

E na próxima quarta-feira, o Grêmio deverá dar a primeira volta Olímpica da Arena, sendo Campeão da Copa do Brasil. O adversário, Atlético Mineiro, para reverter, terá que fazer três gols de diferença.

Essa será a primeira partida após a tragédia ocorrida na Colômbia e deverá ser marcada por homenagens aos jornalistas, jogadores e dirigentes da Chapecoense.

Me Passei - O atento leitor e cônsul do Inter em Guaíba, Jackson Rocha, me alertou que coloquei um dado equivocado, aqui, semana passada. Na realidade o Grêmio foi rebaixado em 1991 e o Inter, campeão da Copa do Brasil, em 1992.

Éramos piás, ainda. Me passei nas contas.

Destaque da Semana

A maior tragédia aérea envolvendo um time de futebol, com a confirmação de 71 mortos na Colômbia. Triste destaque negativo.

Não dá pra entender

As infelizes declarações do dirigente Fernando Carvalho, comparando a situação do Inter, com a tragédia ocorrida na Colômbia.

Dúvida

Diante de tamanha comoção mundial, podemos resumir futebol como um esporte que são apenas 22 homens correndo atrás duma bola?

Fábio Araujo

[email protected]

Publicado em 3/12/16.

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