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Quarta-feira, 24 de abril de 2024

08/09/2020 - 17h32min

Perspectiva

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“Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”

O mundo foi, sem dúvida nenhuma, surpreendido pela intensidade e poder de destruição da Covid 19. Ainda não entendemos os reais danos dessa pandemia, assim como nem sabemos como vai ser o amanhã. A ciência precisa responder muitas perguntas pendentes e outras ainda por virem.

Por aqui, na tumultuada nação verde-amarela, vivíamos momentos raros de paz na política, com sinais de contornos no pandemônio, até o “capitão”, como Fênix, ressuscitar o “ódio”. Questionado sobre depósitos feitos por Queiroz, na conta da primeira-dama, Michelle Bolsonaro, o presidente agrediu verbalmente um repórter, dizendo: “Estou com vontade de encher a tua boca na porrada, tá?” Fazendo uso de uma fake news, para justificar seu destempero, postou, junto: “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”.


No evento “Brasil vencendo a covid-19”, desrespeitou os 115 mil brasileiros que, até aquele dia, perderam a vida em consequência do vírus, ao dizer, para os jornalistas “Quando o vírus pega num bundão como vocês, a chance de sobreviver é bem menor”. Seria essa uma verdade libertadora?!


Proponho outras candidatas a “verdades que libertam”. Os países que unificaram as ações de combate à Covid 19, apoiando suas decisões em conhecimento científico e nos profissionais da saúde, conseguiram melhores resultados nessa “guerra”. No Brasil, o SUS orienta as políticas públicas de saúde, estabelecendo princípios de universalidade e equidade no acesso às ações e serviços, descentralização da gestão, integralidade do atendimento e participação da comunidade. O negacionismo de Bolsonaro, no enfrentamento à crise sanitária, foi responsável por um “pandemônio na pandemia”. É tão notório o fracasso que até o “amigo”, o presidente americano Donald Trump, nos citou como exemplo a não seguir. Disse: “teríamos (a nação americana) cerca de 2 milhões de mortos se tivéssemos seguido o Brasil.”


O malogro do nosso país pode ser desnudado pela análise de alguns dados estatísticos. O critério para controle da epidemia, por exemplo, é não ter mais que 1,0 caso novo por dia a cada 100 mil habitantes. A média mundial, em agosto, era de 3,3 casos/dia/100 mil. No país, foram 21, ou seja, sete vezes mais. Em junho, ocupávamos o segundo lugar em número de mortes absolutas pela Covid, atrás apenas dos Estados Unidos. Hoje, conquistamos o recorde de 55,05 novos casos por dia, superando os norte-americanos com 54,18 novos casos de Covid. Mais uma verdade libertadora!


Bolsonaro, apoiado em opiniões, negou a ciência, gerou desinformação e confusão, criou uma série de barreiras e inviabilizou uma ação nacional conjunta. Foi responsável por uma barafunda histórica! Por fim, apesar de, em fevereiro, assinar a Lei 13.979, afirmando que a vacinação e outras medidas profiláticas são compulsórias, em caso da pandemia da Covid, lascou mais uma bravata no cercadinho: “Ninguém pode obrigar ninguém a tomar vacina!”


As opiniões não são verdades, pois não resistem ao diálogo crítico. (Sócrates)



Túlio Carvalho

[email protected]

Publicado em 04/9/20.

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