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Sábado, 20 de abril de 2024

08/06/2020 - 10h35min

Perspectiva

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“E daí?!... Quer que eu faça o quê?!...”

Em fevereiro, quando destaquei o compromisso de gestar um livro sobre “Uma década em Perspectiva”, levantei a preocupação com a conjuntura mundial, que dava sinais de grandes transformações, sendo primordial aguardar 2021 para definir a publicação. Não foi premonição! Foram sinais!

Entretanto, jamais passou pelos meus devaneios futurísticos uma pandemia arrasadora, coadjuvada por um gigantesco pandemônio político, assim como uma “guerra mundial” contra o racismo e injustiças sociais, detonada pela morte covarde de um negro por um policial nos Estados Unidos.

Aqui, o presidente não assume o comando do país nesse momento crucial e chama de “gripezinha” a crise sanitária global, que ceifa milhares de vidas e curva as economias dos maiores países. Além de atrapalhar o combate da pandemia, “ele” nos joga rumo a uma convulsão social. “Ele” nos coloca numa situação vexatória perante o mundo. De forma desumana, “ele” ainda tem a capacidade de dizer: “E daí? Quer que eu faça o quê”? Lembrei uma frase dita pelo rei Juan Carlos de Espanha ao presidente da Venezuela, Hugo Chávez, durante Conferência Íbero-Americana, “¿Por qué no te callas?”

O chefe do executivo, nas suas manifestações, onde, sem máscara, cospe preceitos regidos por delírios ditatoriais, combatendo “dragões comunistas imaginários”, lembra a obra “Dom Quixote de La Mancha”.

Na esfera global, para quase a totalidade dos analistas sociais e econômicos, está claro que não haverá uma volta à normalidade. A humanidade não será a mesma. Destaco, que o já falido modelo neoliberal, responsável por aprofundar as desigualdades sociais, pela injustiça na distribuição de riquezas e degradação do meio ambiente, tende a ser banido.

Para a economista Kate Raworth da Universidade de Oxford e de Cambridge, autora da obra “Economia Donut: Uma alternativa ao crescimento a qualquer custo”, a resposta à crise é uma drástica mudança de paradigma, atacando pontos críticos da economia dominante, que nos empurra para a ruína social, com a obsessão pelo crescimento ilimitado a qualquer custo. Propõe um sistema onde as necessidades de todos sejam satisfeitas, sem esgotar os recursos naturais. É uma excelente leitura para reflexão!

Por fim, destaco um ponto crucial nesse momento da humanidade: O dito “pós-Covid-19” será como sair de uma guerra mundial. Vamos ter que “reconstruir a vida”. Certamente, teremos que rediscutir o modelo de desenvolvimento, rever entendimentos e comportamentos, renovar a sociedade, privilegiar a vida e colocar a economia a serviço do bem-estar.

Deixo essas questões para nossos leitores meditarem, pois cabe a nós definirmos os rumos da “nova normalidade” que se impõe. E daí?!... O que vamos fazer?!... Primeiro, precisamos preservar a saúde e a democracia. Depois, resgatar a estrutura social. Vamos nessa?!... TODOSPELAVIDA!

“Depois de todas as tempestades e naufrágios o que fica de mim e em mim é cada vez mais essencial e verdadeiro.” (Caio Fernando Abreu)



Túlio Carvalho

[email protected]

Publicado em 05/6/2020

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