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Sexta-feira, 29 de mar�o de 2024

05/02/2018 - 14h20min

Perspectiva

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Consciência e Liberdade!

Perspectiva completou sete anos. Tenho consciência da responsabilidade do compromisso assumido com o Leandro André, lá no início de 2011. É importante ser dito que sempre tive a liberdade necessária para dizer o que penso. Não poderia ser diferente! Ocupo o espaço com respeito e dedicação aos nossos leitores. Não sou o dono da verdade. Muito pelo contrário!... Procuro tornar transparente meu pensamento, meu imaginário, minha ideologia e utopias. Também deixo claro que, possivelmente, minhas argumentações possam não ser as mais corretas e, talvez, até equivocadas. Assim, de forma humilde e aberta, mudo de idéia sempre que for necessário. Meu objetivo maior é instigar, provocar, questionar, fazer o contraditório e abrir discussões as quais considero essenciais. Apenas isso!

Nesses dias quentes de janeiro, depois do almoço, passei na livraria Érico Veríssimo, um vício de muitos anos. Lá, me deparei com mais uma edição do livro Psicologia Social Crítica do professor Pedrinho Guareschi. Apesar de já ter lido e passado à frente, não resisti e comprei. Foi provocante!

Na releitura, fiz uma parada no capítulo sobre “Consciência”. Veio à mente a desordem na gestão da coisa pública e a apatia do povo brasileiro. Guareschi traz um debate profundo sobre questões importantes para a percepção dos problemas sociais. Desenvolve um raciocínio sobre consciência e liberdade. Segundo ele, só é livre quem tem consciência. Diz, ainda, “podemos ter consciência da nossa escravidão e não sermos livres”.

Nessa discussão surge uma questão: Quais são os caminhos para a liberdade? Segundo o professor Pedrinho, precisamos identificar a razão de sermos o que somos e por que as coisas que nos rodeiam são do modo que são. Para tanto faz-se necessário um caminho que passa, principalmente, por descoberta e reflexão. Não é um processo simples. É complexo! Mas imprescindível para conquistar a verdadeira liberdade. Infelizmente, tudo isso esbarra na falta de um real e efetivo investimento em educação, o maior sustentáculo da consciência e o eixo central da libertação de um povo.

Seguindo o raciocínio, o autor leva a outro ponto estratégico na análise: a consciência e a liberdade implicam em responsabilidade. Esta é a resposta lógica a ser dada à organização social. Não parece ser óbvio que o problema nacional, de maneira geral, passa pela falta de responsabilidades?

A gestão pública, no Estado brasileiro, é um grande caos. A transgressão de princípios republicanos tornou-se corriqueira e até efusivamente “aplaudida” por alguns. Em Guaíba, temos um clássico de “indigestão pública”: “o exterminador do passado” - o “insaciável tombador”. Parece que no mundo em que ele vive não há lei. Mas, o mais chocante é ver os desmandos de agentes públicos, responsáveis pelo cumprimento da lei, atropelando normas e princípios técnicos. Como cidadão consciente, sinto vergonha por eles e deles!

“O homem livre é senhor da sua vontade e escravo somente da sua consciência.” (Aristóteles).

Túlio Carvalho

[email protected]

Publicado em 3/2/2018.

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