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Sexta-feira, 19 de abril de 2024

06/11/2017 - 09h11min

Perspectiva

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“O Que Se Leva da Vida... É a Vida Que Se Leva!”

A Perspectiva de outubro já estava entregue para impressão quando recebi a triste notícia de que o doutor Darcy Rodrigues havia falecido. Cresci vendo e ouvindo esse personagem da história de Guaíba e de além das nossas fronteiras. Perdi, também, um “fiel” leitor da minha coluna. Sempre que nos encontrávamos, ele comentava alguma coisa sobre o que eu havia escrito. Era muito legal! Adorava vê-lo falar da minha coluna na Gazeta. Com uma fala tranquila e carinhosa, fazia sua crítica.

Quase sempre, nossas conversas eram regadas a momentos filosóficos sobre a vida. Lembrávamos dos tempos do Cine Gomes Jardim, do sorvete no bar ao lado, dos blocos e do carnaval no clube Aliança, dos amigos comuns, enfim... o que vinha à memória. Ele sempre terminava dizendo que toda noite rezava pelos meus pais e irmãos falecidos. Eu me emocionava com o carinho e a amizade que ele passava. Agora ele é que está povoando meus pensamentos e minhas lembranças!

Perdas nos abalam emocionalmente. Fazem parte da nossa cultura. Principalmente, quando perdemos algum ser amado. Comigo é assim! Provoca uma “parada” para repensar e reavaliar a “vida”. Nunca é demais fazer uma boa análise do que somos e o que ainda queremos “ser”.

Por coincidência dessa tal vida, me chamou a atenção, num site, uma matéria sobre um rapper brasileiro chamado Túlio Dek (Túlio Lemos Andrade Filho). Fiquei curioso e fui ver o que ele “produzia”. Eis que me deparei com uma música intitulada “O Que Se Leva da Vida... É a Vida Que Se Leva!”. Bem!... Foi a gota d’água. Houve um sinergismo instantâneo e, mais uma vez, mergulhei numa meditação, onde um antigo e surrado filme em preto e branco voltou à tela: O que fazemos das nossas vidas?!... Como levamos nossa vida?!

Frente à televisão, assistindo às cenas de terror, na transmissão da votação, no Congresso Nacional, sobre a segunda denúncia encaminhada pelo Supremo Tribunal contra o Temer, mais uma vez, estarreci-me com as aberrações nas justificativas de voto. Fiquei muito preocupado com a análise do professor Roberto Romano, da UNICAMP, sobre a vitória da “escória”: “O resultado mostra que, efetivamente, estamos nos últimos momentos do Estado Democrático de Direito”. É muito triste essa realidade brasileira!

Não consigo compreender o que move essas pessoas a quererem ter sempre mais do que possuem, enquanto estão perdendo coisas como a dignidade e a honra.
Interessante que, na última conversa que tive com o meu amigo Darcy, comentamos sobre isso, onde ele destacou que o material não tem valor nenhum depois da morte. Leva-se apenas a história de uma vida. Nosso amigo deixou um legado de amor e amizade. Nosso agradecimento!

“Se houver amor em sua vida, isso pode compensar muitas coisas que lhe fazem falta. Caso contrário, não importa o quanto tiver, nunca será o suficiente.” (Friedrich Nietzsche).

Túlio Carvalho

[email protected]

Publicado em 4/11/2017.

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