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Quinta-feira, 25 de abril de 2024

08/05/2017 - 10h57min

Perspectiva

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Opinião não é argumentação!...

Morreu mais um ícone da cultura musical brasileira: Belchior. Algumas letras das suas músicas fixaram-se no meu imaginário, como, por exemplo: “Tudo é divino, tudo é maravilhoso... Tenho ouvido muitos discos, conversado com pessoas, caminhado meu caminho... E não acredite nisso, não, tudo muda e com toda razão... Sou apenas um rapaz latino americano sem dinheiro no banco... Sem parentes importantes...E vindo do interior”.

A minha “transposição” da juventude para a vida adulta foi embalada pelos versos desse poeta, bem como de outros importantes compositores, entre eles Chico, Vinícius e Raul Seixas. Não sei se foram eles os responsáveis pelo meu espírito questionador, contestador ou, mais provável, foi por ser crítico e “agitador” que me identifiquei com esses autores?!... Eu sempre gostei de uma animada discussão, principalmente, quando regadas a boas argumentações. Ninguém sai igual de uma vigorosa prosa!

Infelizmente, na maioria das vezes, as discussões são ancoradas apenas em opiniões, sem fundamentação, principalmente, quando há um contexto inflamado, em que as opiniões se polarizam, como foi a “famosa limpeza da beira”. Algumas pessoas se apegam a opiniões e, para sustentá-las, recorrem a ofensas e sarcasmos quando contrapostas. Não conhecer os fatos e a legalidade da ação, prejudica a capacidade de argumentação. A questão é que o nosso imaginário é fértil e as opiniões são abundantes. Pior! Confundimos discussão com briga e entendemos as críticas como agressão.

Avançando nesse tema, pergunto: Por que é rotulado de radical quem questiona ou discorda com o dito consenso? Por que defender o cumprimento da lei incomoda? Essa é uma reação clássica de quem não consegue sustentar controvérsias. Vejam bem, argumentar nada mais é do que uma viagem lógica que deve começar pelas premissas para chegar a uma conclusão. Pressupõe-se que deva conter boas razões para que, assim, possibilite teses verdadeiras, que deem suporte ou apoiem uma conclusão.
Não me considero radical! Questiono ou discordo com argumentação. Ah!... Sou, sim, legalista!

Nessa “perspectiva”, preocupa-me o momento histórico onde deliberações importantes tramitam no Congresso sem a devida participação e compreensão do povo brasileiro. Algumas premissas se destacam: O povo não possui informações e conhecimento suficientes para discernir sobre o tema. Não há certeza no que é verdade e no que é mentira. Não há consistência na afirmação de que a “flexibilização” da CLT vai gerar emprego. Está muito confuso o debate sobre o déficit ou superávit da previdência. Sem o devido entendimento da realidade, só nos resta emitir opiniões desprovidas de argumentações. A verdade é que não há uma efetiva participação democrática!

“Numa discussão nunca altere a voz, melhore os argumentos”. (Desmond Tutu – ativista sul-africano - prêmio Nobel da Paz de 1984).

Túlio Carvalho

[email protected]

Publicado em 6/5/2017.

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