06/03/2017 - 12h33min
O tema da Campanha da Fraternidade 2017 é “Fraternidade: biomas brasileiros e defesa da vida” e o lema é “Cultivar e guardar a criação”. Conforme o Papa Francisco, essa Campanha convida a contemplar, admirar, agradecer e respeitar a diversidade natural que se manifesta nos diversos biomas do Brasil – um verdadeiro dom de Deus - através da promoção de relações respeitosas com a vida e a cultura dos povos que neles vivem. Disse ainda: “Este é, precisamente, um dos maiores desafios em todas as partes da terra, até porque as degradações do ambiente são sempre acompanhadas pelas injustiças sociais”. Esse é o “cara”! Salve Francisco!
Trago esse tema por ser um precioso reconhecimento da necessidade do debate sobre o desenvolvimento socioambiental e a sustentabilidade das futuras gerações. Sem o entendimento e a preocupação com essa “criação Divina”, é impossível repensar a “vida” no Planeta Terra. Nossa casa! Nosso lar! O que fazemos com ele nos afeta e coloca em risco as futuras gerações.
Essa é a questão central: Por que não entendemos que nosso “comportamento” compromete nossa qualidade de vida? Por que não entendemos que “moramos” na mesma “casa” (Terra) e que tudo que fazemos de ruim para ela, nos afeta? Não conseguimos enxergar isso! Há uma cegueira estrutural coletiva. Volto a destacar a sociedade líquida descomprometida.
Nessa conjuntura, aproveito para fazer uma breve abordagem sobre a tão falada “limpeza da beira” no centro de Guaíba. Foi muito tempo perdido discutindo quem era a favor ou contra. Pior!...Com um debate estruturado no “achismo”! Fugiram do foco do problema, pois o que faltou foi gestão ambiental. Não houve a devida atenção sobre a legalidade da ação, as competências e as normas para a intervenção numa Área de Preservação Permanente (APP). Literalmente, podemos dizer que patrolaram as regras!
Entretanto, não é esse o problema central. O obstáculo está na composição da Secretaria Municipal. O engenheiro agrônomo Luiz Cláudio Ziulkoski e, posteriormente, o engenheiro florestal Maximiliano Finkler, implementaram alicerces sólidos no Sistema Municipal de Meio Ambiente. Temos legislação, conselho, fundo municipal, Plano de Meio Ambiente e uma boa equipe técnica. Mas... Persiste o modelo que integra meio ambiente com desenvolvimento agrário e limpeza urbana. Essas duas atividades necessitam de licenciamento e a SMAMA, como órgão gestor, não pode se auto licenciar. Aí, a solução é bater na porta da FEPAM e buscar autorizações e anuências.
Assim, recomendaria que fosse reavaliado e repensado o modelo municipal de Gestão Ambiental. Seria também importante definir uma coordenação técnica para essa área, com conhecimento, pois “administrar meio ambiente” é fazer gestão de conflitos socioeconômicos e ambientais, respeitando as deliberações republicanas. Regras... São regras!
“Regra é, em primeiro lugar, gestão da vida quotidiana.” Max Weber.
Túlio Carvalho
Publicado em 4/3/17.
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