02/07/2018 - 14h39min
Empréstimo de nome é responsável por 17% dos casos de inadimplência, revela estudo do SPC Brasil e CNDL. Maioria emprestou documentos ou cartão para ajudar ou porque ficou com vergonha de dizer não; 23% não sabiam ao certo o valor que o outro gastaria. Arrependidos, 62% jamais voltariam a emprestar o nome de novo.
Um levantamento feito em todas as capitais pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) descobriu que o empréstimo de nome a terceiros é uma das causas que leva os brasileiros à inadimplência. Em cada dez pessoas que estão ou estiveram com o nome inscrito em cadastros de devedores nos últimos 12 meses, duas (17%) chegaram a essa situação porque emprestaram seus documentos ou cartões para que outra pessoa fizesse compras a prazo.
A maioria das pessoas ouvidas alega que emprestou o nome com o intuito de ajudar (51%) o amigo ou familiar, enquanto 13% ficaram com vergonha de dizer não diante do pedido. Outros 11% disseram ter ficado receosos de magoar quem pediu o nome emprestado, caso tivessem de negar o auxílio.
“Emprestar o nome para amigos ou conhecidos é uma atitude solidária, mas que pode causar danos à saúde financeira de quem arca com a dívida. Quem emprestou o nome termina se responsabilizando por uma dívida que não lhe pertence, cuja falta de pagamento possui desdobramentos sérios como a restrição ao crédito, inadimplência e até mesmo a perda da amizade de quem pediu ajuda”, alerta a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.
De acordo com a pesquisa, a maior parte dos pedidos de nome emprestado surge de pessoas próximas do círculo social. Em primeiro lugar estão os amigos, com 26% de citações, seguidos dos parentes (21%) e dos irmãos (16%). Completam o ranking os pais (11%), namorados (9%), filhos (9%), cônjuges (8%) e até mesmo colegas de trabalho (8%).
A forma mais comum de emprestar o nome foi por meio do cartão de crédito, opção citada por 52% das pessoas que passaram por essa situação. O cartão de loja ficou em segundo lugar com 23% de menções – percentual que sobe para 28% entre as pessoas das classes C/D/E, e 30% entre as mulheres.
março de 2018 a quantidade de novos processos despencou 44,79%, sendo que foram ajuizadas 355.178 ações neste ano, contra 643.404 no mesmo período de 2017.
Publicado em 30/6/2018.
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