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Quinta-feira, 18 de abril de 2024

11/01/2016 - 09h10min

Opinião

O Último Chegou, Ufaaaa!

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Ainda bem, antes de ir eu já anunciava: - Este será o último show que verei em estádio. Meu amigo Tota parou antes, o The Wall foi o limite para ele, aliás ótimo limite, pois a esculhambação foi algo.

Pode-se dizer que é hipocrisia, pois to parando porque vi tudo que queria, e pode ser, ou é, porque não deixaria de ver David Gilmour, mesmo em estádio. Tanto que fui. Mas também, se não fosse o Gilmour, não iria mais. Show em estádio nunca vai mudar, e então mudei eu, estou fora. Neste último, ao invés de ter o simples, supersimples, número do portão no ticket, tinha a ampla, genérica e quase inencontrável “ala oeste”. No primeiro contato uma informação errada de duas pessoas uniformizadas e, portanto, em tese, preparadas para dar informação. Por causa delas milhares de pessoas tiveram de voltar após subir uma rampa bem regular de tamanho. Transtorno. Daí a informação nova “por aqui, do outro lado do estádio”. Chegando ao portão 1, tinha uma faixa entre ele e o outro portão “pista Premium”, por dedução começamos a acompanhar uma fila, enorme, e de tempos em tempos perguntando: - Pista Premium? E as respostas: - Esperamos que sim. Ninguém orientando. Eu e o Marcos Salazar, parceria de tantos shows, derramando suor até pelos dentes.

Os portões abriram quase na hora, 17h30, ao invés de 17 horas. E a velha água de guerra sobe a estratosféricos R$ 10, empatando com o refri e perdendo para a lata de cerveja que custava R$ 12. Uma lógica capitalista, pessoas que pagaram R$ 700 para entrar e estão enchiqueiradas num canto numa tarde quente, vão ter que puxar um monte para se hidratarem. Por rebeldia passamos 6 horas sem beber nada.

O Marcos sem sentar, porque se dobrar o joelho não levanta mais, eu ainda deitei antes, uma hora de relax ao menos. Os baseados começaram, sinal que a espera estava incomodando muita gente. Assim como cigarros em salas fechadas, você fuma por tabela num show, mas nada grave, tem coisa pior em ônibus lotado.

Uma emoção extra, que não achei que teria, por estar vendo um som que apenas ouvia já há 36 anos. Meu xará é um músico muito acima da média, muito. E às 21 horas entrou no palco.

Final do show. Incrivelmente criaram um brete de saída, só passavam três pessoas ao mesmo tempo, e como além da esculhambação temos de contar com a falta de bom senso, vários pararam encostados nas grades, deixando um funil por onde passavam duas pessoas por vez. Ao lado, tudo vazio, mas as grades e os seguranças não deixavam passar. O estádio tem vazão ótima para a torcida, mas obviamente não precisa ter a mesma vazão de dentro do campo, onde geralmente só saem 22 atletas, mais os reservas e comissão técnica, daí então mais um brete.

Mas reencontramos a água de R$ 3 e nossos queridos amigos Nelson Foques e seu filho Eduardo, e mais o Henrique, filho da grande e querida amiga Luciana Beatriz. Fomos todos juntos, mas ficamos em pistas separadas. Todos tortos, com dor nas pernas. Ainda encontrei meu irmão Elias, super brother.

Então, por tudo isto, me despedi em grande estilo dos estádios para show, com o incomparável David Gilmour - muito obrigado xará, ter te visto tocar Shine On You Crazy Diamond a 10 metros de distancia, foi marcante em todos os meus sentidos, talvez quando eu estiver morrendo, assim como o personagem de Orson Welles em Cidadão Kane sussurrava “Rosebud, Rosebud...” eu sussurre “shine on... shine on...”.

David Pokorski

Publicado em 9/1/16.


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