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Quinta-feira, 28 de mar�o de 2024

25/05/2015 - 08h57min

Opinião

Questões Incontestáveis

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Existem coisas que acontecem em nosso cotidiano que são incontestáveis em nossa cidade que vive um momento, talvez único em sua trajetória, no que tange a investimentos, não apenas na área industrial, mas também nos “redescobrimos” como polo turístico, fizemos as pazes com o nosso Guaíba, sendo que muitos de nós, durante muito tempo, estivemos de costas para ele, o regresso do transporte fluvial de passageiros foi o grande cupido desse feito.

Assim, determinados locais em nossa aldeia que sempre estiveram ali, para muitos hoje, assumem grandes proporções nesse contexto, é o caso de nossa orla, o “Morro da Hidráulica” (uma das grandes e constantes bandeiras de nossa AMA), Marco Farroupilha, Matadouro São Geraldo, Portão da Alegria, Casa da Bala, nosso “Mercado Público”, e o que resta de nosso antigo casario no centro e em outros bairros. Poderíamos citar vários outros ainda. Por outro lado, também assumem grandes proporções o péssimo estado de conservação, falta de cuidados e o descaso com muitos desses locais. Seguindo a ideia de questões incontestáveis, esse problema sempre existiu, ele apenas tornou-se mais visível. Com toda a visibilidade desses fatos, os grupos preocupados com o tema do patrimônio cultural de nossa cidade têm vivido dias de verdadeiro caos, pois nos tornamos verdadeiros “bombeiros patrimoniais”, debelando incêndios constantes! Não sabemos se corremos para evitar a queda da chaminé do Matadouro, se evitamos a derrubada de mais um imóvel na 7 de Setembro, se revitalizamos o Balneário Alegria ou se abraçamos o “Portão da Alegria”... Ufffa !!! Difícil isso! A cada revés que sentimos em nosso patrimônio vemos uma página de nossa memória sendo deletada.

Também é incontestável a falta de aparelhamento público para lidar com essas situações, a ausência de uma política cultural pública para lidar com o patrimônio cultural como um todo, isto acaba gerando um enredo de novelas intermináveis e alimenta cada vez mais nosso papel de” bombeiros”! Digo também que é incontestável que vivemos em uma encruzilhada: ou assumimos a condição de cidadãos e gestores preocupados com o crescimento ordenado e harmônico com nossa memória e identidade ou vestimos a pele de imediatistas descompromissados com nossa identificação histórica! Ainda há tempo (mas não muito) de escolhermos nosso caminho!

Nossa sociedade precisa ser envolvida nessas discussões, o sentimento de pertencimento precisa ser intensificado e isso só será possível com o envolvimento constante através de ações que permeiem o ano todo nossa comunidade. Carecemos de uma política e gestão cultural que torne nosso calendário de eventos uma culminância de todo esse entendimento!

João Bosco Ayala Rodriguez – Professor de História

Coordenador de Patrimônio Cultural da AMA

Publicado em 23/5/15.


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