11/10/2010 - 14h23min
Operação da PF busca documentos e computadores em nove locais do Município, investigando supostas fraudes em licitações.
O Ministério Público Federal (MPF) recebeu denúncias, no início de 2009, sobre supostas fraudes em licitações da Prefeitura de Eldorado do Sul, que envolveriam repasses de verbas federais. A partir daí, o MPF iniciou as investigações. Há suspeitas de que licitações estariam sendo direcionadas para determinadas empresas nas áreas de Saúde e Transportes.
A Polícia Federal (PF) e a Controladoria-Geral da União (CGU) passaram a atuar nas investigações em junho. Na manhã de quinta-feira, dia 7 de outubro, cerca de 40 agentes da PF e auditores da CGU realizaram buscas em nove locais de Eldorado do Sul, inclusive na casa do prefeito Ernani Gonçalves (PDT). Nas buscas, com mandados judiciais, a PF apreendeu documentos e computadores na Prefeitura, em uma clínica particular, na casa de um empresário e na residência do Prefeito Ernani.
Durante a Operação “Muisca” (nome alusivo a tribo que deu origem a lenda do Eldorado, uma cidade na selva feita de ouro), no Município, o secretário de Transportes, Vanderlan Gonçalves, filho do prefeito, foi preso em flagrante por posse ilegal de arma. À tarde, após pagar fiança, foi liberado.
Na Casa do Prefeito
Os policiais chegaram na casa do prefeito Ernani Golçalves às 7 horas da manhã. No local, procuraram documentos e fizeram escavações no pátio em busca de dinheiro, que não foi encontrado.
Às 10h10, a Reportagem da Gazeta Centro-Sul, que aguardava em frente a casa do prefeito, registrou a saída dos policiais carregando alguns malotes (foto na capa). Profissionais de imprensa da Capital já tinham deixado o local. Ernani Gonçalves, que vestia roupas simples e um chapéu de feltro marrom, acompanhou os agentes até o portão.
Aparentemente tranquilo, o prefeito recebeu a Gazeta logo após a saída da PF, concedendo uma entrevista exclusiva. Mostrou os buracos no gramado, ao lado da piscina, salientando que cavaram a esmo. Disse desconhecer o motivo das escavações e da ação em sua residência. Explicou que os policiais levaram apenas algumas folhas de contratos de sua empresa privada e pediram para ver as armas que tinha em casa, sem levá-las. “Eu quero que investiguem a fundo e esclareçam tudo à sociedade, pois como eu fico perante a comunidade depois de invadirem a minha casa; como vou chegar no açougue e no comércio para fazer uma compra?”, questionou o prefeito, demonstrando indignação.
Foto: LA/GCS
Publicado em 9/10/10.
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