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Quinta-feira, 25 de abril de 2024

09/11/2018 - 16h23min

Secretário fala sobre filas para os atendimentos de saúde em Guaíba

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Apesar dos atendimentos mensais bem-sucedidos, as filas, as constantes trocas de empresas que fazem a gestão do Pronto Atendimento (PA) e a falta de médicos nos postos são transtornos recorrentes envolvendo a Secretaria Municipal de Saúde de Guaíba. Os problemas no setor são semelhantes em todo o País, mas, nesta edição, a Gazeta Centro-Sul aborda a realidade local.

Em entrevista à Gazeta, o secretário Municipal de Saúde, Jocir Panazzolo, disse que o Município tem responsabilidade legal com a atenção básica, o que significa oferecer atendimento nos postos de saúde (clínico geral e pediatria). No entanto, há alguns anos, foram incorporadas especialidades, o que requer orçamento e estrutura maiores. Segundo Jocir, em gestões anteriores, foram contratados médicos especialistas por meio de concurso público, fazendo com que fosse ampliado o atendimento.

Agendamento de Consultas

Em campanha eleitoral, José Sperotto prometeu implantar o agendamento de consultas por meio de um sistema de 0800, o que ainda não se confirmou no seu governo.

Atualmente, os agendamentos com especialistas são mensais, feitos nos postos na primeira segunda-feira de cada mês, gerando grandes filas, conforme aconteceu no dia 5. De acordo com o secretário de Saúde, este sistema será substituído dentro de 40 dias, quando o agendamento deverá ser realizado diretamente nos postos. “O paciente será atendido na Unidade Básica de Saúde (UBS) e, após, já marca a consulta para o especialista, caso seja necessário. Se não tiver vaga disponível no mesmo mês, fica registrado no sistema e o paciente será comunicado da data disponível para a consulta”, explicou Jocir. Ele argumentou que o modelo será mais eficiente do que o 0800.

O secretário destacou o problema com as desistências. Para exemplificar, citou que cerca de 20% dos pacientes que fazem o agendamento de consultas não comparecem. A expectativa é de que essa questão seja superada com o novo sistema.

O Município oferece especialidades em Gastroenterologia, Cardiologia, Traumatologia, Neurologia, Oftalmologia, Dermatologia e Urologia. Segundo Panazzolo, em outubro foram disponibilizadas 6.400 consultas.

Atendimento no PA

O serviço prestado no PA 24 horas (foto) é ainda mais problemático, considerando casos de urgência e emergência. O que agrava os transtornos é a falta de médicos nas UBS.

Com a escassez de médicos efetivos, por conta da redução da carga horária, a Prefeitura terceiriza o serviço no PA, mas nos últimos anos a terceirização não tem funcionado de forma satisfatória, o que já provocou cinco mudanças de empresas (instituições) em dois anos, além de apontamentos de irregularidades, investigação do Ministério Público e afastamento judicial de um secretário.

Na segunda-feira, 5, a empresa Global MED, que venceu recente processo licitatório, assumiu o fornecimento de médicos para os plantões no PA (três clínicos, um rotativo e um pediatra), com um custo mensal de até R$ 313 mil (R$ 115,00 a hora do médico). Segundo a Prefeitura, o PA atende cerca de sete mil pessoas por mês.

A gestão do Pronto Atendimento passou a ser executada diretamente pela Prefeitura: acompanhamento dos contratos, mais os serviços de portaria, motorista, técnico de enfermagem, assistente social e Raio X, feitos por servidores efetivos.

O fornecimento de suplementos também passou a ser de responsabilidade do Município. Jocir admitiu a falta de “alguns itens”, mas garantiu que estão sendo providenciados, sem prejuízo ao atendimento. Sobre a distribuição de medicamentos, afirmou que está sob controle. “Pode estar faltando 4 ou 5, mas já foi providenciada a compra”, destacou.

Em relação à falta de médicos nos postos, o Secretário Jocir explicou que, como não há mais médicos aprovados em concurso para serem chamados, não está descartada a possibilidade de contratação de forma emergencial, com autorização da Câmara.

O atendimento no PA é feito seguindo protocolo de classificação de risco: Vermelho (emergência), imediato; Amarelo e Laranja, com espera de até 2 horas; Verde, até 4 horas; e Azul, até 6 horas de espera. Panazzolo disse que cerca de 50% dos pacientes que procuram o PA são enquadrados na Faixa Azul e que esta demanda deverá ser reduzida de forma significativa com um serviço mais eficiente nos postos de saúde.

Na Justiça Contra o Estado

Essa semana, a Prefeitura de Guaíba ingressou na Justiça para cobrar do Estado repasses atrasados da área da Saúde desde maio de 2014: são quase R$ 3 milhões. Sem os recursos do Estado, o Município tem que colocar dinheiro próprio para manter todos os programas e serviços.

O procurador-geral do Município, César Augusto Waimer, ressaltou que foi requerido o bloqueio de valores junto às contas do Estado para receber de imediato parte da dívida. A decisão do Judiciário está sendo aguardada para os próximos dias.

Entre os repasses pendentes, totalizando R$ 2,87 milhões, estão o Programa Linha Álcool, Crack e outras drogas: R$ 16.500,00; Gestão Plena do Sistema Estadual e Centro de Atenção Psicossocial (CAPS): R$ 99.258,75; PIES Policlínica - Incentivo à Atenção Base: R$ 701.252,61; Saúde Prisional: R$ 200.858,36; ESF - Saúde da Família: R$ 232.000,00; Assistência à Farmácia Básica: R$ 326.531,96; e SAMU: R$ 1.303.017,17.

Foto: LA/GAZETA

Publicado em 10/11/2018.


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