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Quarta-feira, 24 de abril de 2024

15/04/2019 - 14h08min

Leandro André

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Quem será o futuro prefeito?

Já começou a campanha eleitoral para as eleições municipais de 2020. Como a corrida oficial atrás de votos ainda está fora do prazo legal, a movimentação acontece nos bastidores, com reflexos mais dramáticos nas redes sociais, de forma disfarçada. Na situação, um enxoval de soluções e promessas começam a encher malas de mensagens, robustecendo o clichê “Agora vai!”. Do outro lado, críticas de verbo ácido se amontoam em múltiplos palanques. E já que os políticos e seus cabos eleitorais estão agitados, vou abordar sobre a política partidária na Aldeia. Pega o chimarrão.

Em Guaíba, não existe oposição dura, de raiz; é uma oposição barulhenta, mas flexível, bem flexível. Em geral, o que existe são correntes dissidentes do governo, o que é diferente. Explico.

Atualmente, todos os partidos que se apresentam como oposição, na verdade, têm ou tiveram ligações recentes com o Governo Municipal. O DEM, por exemplo, teve seu presidente como secretário da Fazenda; não ocupa mais o cargo porque foi afastado pela Justiça e exonerado na sequência, devido ao afastamento judicial. O DEM indicou, também, a secretária de Administração e Recursos Humanos no início do Governo Sperotto, por recomendação da vereadora Cláudia Jardim, mas a secretária acabou sendo exonerada, porque seu rendimento não foi o esperado, de acordo com a justificativa do prefeito. Existem filiados do DEM ocupando CCs na Prefeitura, inclusive a filha de um vereador do partido; portanto, a sigla tem ligação com a Administração Municipal.

O PDT, do Vereador Collares, até pouco tempo, tinha CCs na Setudec (ainda tem um CC indicado por integrante do PDT). No início do Governo Sperotto, o João Collares trabalhou como médico no PA por meio de uma terceirizada e foi demitido por desentendimentos políticos com o Dr. Renan Pereira, conforme ele alegou publicamente. Mesmo que o Vereador Collares não tenha indicado CCs no Governo, seu partido indicou. Além disso, uma ala importante do PDT fez campanha para o Sperotto.

O Maranata, nome forte da oposição, acabou se filiando ao Solidariedade, que é da base do Governo Sperotto: tem um secretário no Governo, cujo rendimento é praticamente nulo, e o vereador Miguel Crizel tem um irmão que é assessor do secretário. Se o Solidariedade é da base do Governo e o Maranata é do Solidariedade, então o Maranata é da base do Governo também.

Outros partidos menores, salvo raras exceções, são adesistas, dependentes de cargos.

Resumo da ópera, a maioria dos partidos em Guaíba, quase todos, estão sempre gravitando nos governos. No entanto, na Câmara Municipal, alguns vereadores ditos de oposição batem forte no Governo, que conta com apoio parcial dos seus partidos. É uma contradição braba. Os integrantes de uma mesma sigla partidária deveriam ter um discurso único.

O PT é um dos poucos partidos que se mostram coerentes na Aldeia, no que diz respeito ao não adesismo. Entretanto, depois do episódio Ford, o PT enfraqueceu sobremaneira em Guaíba. Após os escândalos da Lava Jato e as condenações do ex-presidente Lula, o que estava ruim piorou.

Oposição de verdade é corrente político-partidária que se opõe ao sistema que governa; que está embasada em conceitos divergentes da situação, sem braços adesistas.

Independentemente de estar certo ou não, de ter propostas melhores ou diferentes, um partido que se coloca como oposição deveria ser integral e coerente.

É evidente que pode haver rupturas no meio do caminho, mas nestes casos citados temos ranço e não oposição de raiz. Vou exemplificar para ficar mais claro. O DEM fez parte do Governo de Henrique Tavares, depois saiu; fez parte do Governo Sperotto e depois saiu, mas não todo. O Solidariedade tem integrantes que são do governo e outros da “oposição”; o PDT, também. E assim segue o troca-troca; o entre e sai; o meio a meio; o mais ou menos; o junto num bairro e separado no outro.

O que escrevi acima é para ser refletido, está embasado em fatos reais. Diante deste quadro eu pergunto: quem será o futuro prefeito de Guaíba?

A Resposta

A resposta da pergunta acima passa pela corrente que apresentar propostas claras e viáveis; que disser o que vai fazer e de onde vai tirar o dinheiro.

A população quer serviços públicos de qualidade: quer um bom hospital com atendimento SUS; quer ter boas escolas, sem prédios desabando e sem choque elétrico nas paredes; quer lazer e cultura; quer oportunidades de empregos; quer segurança pública; quer ruas bem pavimentadas, calçadas que não sejam armadilhas para os transeuntes; e boa iluminação pública; é isso que a população quer de um governo.

Se a oposição que já é bem flexível foca somente em bater na situação, com artilharia pesada, divulgando fake news e vídeos amadores na Internet, o eleitor percebe e a maioria silenciosa decide na urna. É assim que funciona.

Em 2016, a situação venceu a eleição com larga vantagem, mesmo tendo de fazer campanha contornando o lixo nas ruas. A oposição focou na lambança e esqueceu de apresentar propostas viáveis. E não duvido que o filme se repita.

Roncou a cuia?

Em tempo: este cenário da política partidária de Guaíba é muito semelhante ao da maioria dos municípios brasileiros.



Leandro André

[email protected]

Publicado em 13/4/2019.

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