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Terça-feira, 23 de abril de 2024

02/07/2018 - 14h03min

Leandro André

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Onde estamos nessa?

Uma cidade bacana tem calçadas e ruas bem pavimentadas. É bom de caminhar numa cidade bacana; não é preciso andar driblando buracos e desníveis. Uma cidade bacana tem praças bem cuidadas, com bancos e jardins; lugares aprazíveis. Há bares e restaurantes para todos os bolsos, com mesas nas calçadas em decks padronizados; os estabelecimentos trabalham em parceria com a administração municipal.

Em geral, numa cidade bacana, a maioria da população conhece a história do seu município e gosta da sua aldeia, ajuda a cuidar. O sentimento de pertencimento do povo é forte. E, neste contexto, os eleitores se preocupam em fazer boas escolhas de seus representantes políticos, pois entendem que não adianta se omitir no processo eleitoral e depois ficar resmungando e apontando culpados em vão. A politização do povo está por trás de uma cidade bacana.

O gestor de uma cidade bacana não se contenta com desculpas, ele se destaca em inaugurações importantes, na apresentação de alternativas e soluções; em ações planejadas. O prefeito de uma cidade bacana respeita o dinheiro público; a máquina pública é enxuta e eficiente.

Uma cidade bacana oferece bons espaços de cultura e lazer e os eventos são bem prestigiados, com plateias cheias.

As escolas de uma cidade bacana são espetaculares, do tipo modelo, os alunos gostam de ir para o colégio e a merenda não é o mais importante. Os índices de aprendizagem são elevados e a evasão escolar é quase zero.

Os motoristas param na faixa de segurança para a travessia dos pedestres, os ciclistas andam na rua e não nas calçadas, todos se respeitam e respeitam as regras de trânsito numa cidade bacana. Existe coleta seletiva e ninguém atira lixo no chão, nos acostamentos de estradas ou em terrenos baldios. Tudo é limpo e iluminado numa cidade bacana.

Você que chegou até aqui, e leu “cidade bacana” muitas vezes, deve estar pensando que o colunista se passou no vinho e mergulhou na utopia. Quem pensa assim está enganado. É mais fácil do que se imagina viver em uma cidade bacana, depende de seus moradores, basta não se omitirem no processo eleitoral. E isso se dá, também, em relação ao Estado e ao País. Então, a pergunta é: onde estamos nessa?

Guerra entre “donos” de CCs

Desde que foi criado o primeiro governo no Brasil, existem indicações de cargos de confiança, os chamados CCs, por troca de apoio entre Executivo e Legislativo. A farra é grande, antiga, ampla, geral e irrestrita. Uns são mais ávidos que outros, mas todos os políticos se refestelam com as indicações de CCs; todos. Só escapa quem não tem partido no poder.

Recentemente, com a onda de denúncias na TV, envolvendo políticos de Guaíba, o frisson nos bastidores se tornou intenso e dramático. E, neste contexto, a hipocrisia impera.

Essa semana, circulou nas redes sociais postagem lembrando que a vereadora Cláudia Jardim (DEM) empregava uma cunhada na Prefeitura e depois em uma terceirizada no Governo passado. Isso não teria a repercussão que teve, não fosse o contundente discurso da vereadora, contrário a esta prática. Antes podia; agora, não.

Outra postagem na mesma linha circulou nas redes sociais denunciando CCs na Prefeitura indicadas pela presidente em exercício da Câmara, vereadora Fernanda Garcia (PTB), inclusive com somas anuais, para dar peso à informação.

Questionei as parlamentares envolvidas sobre as respectivas postagens. A vereadora Cláudia Jardim se mostrou surpresa com a Gazeta por questioná-la a respeito da postagem “apócrifa”. Ressaltou que não tem qualquer indicação no Governo Sperotto e denunciou a existência de parentes da Vereadora Fernanda na Prefeitura, assim como de correligionários de vereadores com CCs no Governo.

A vereadora Fernanda Garcia admitiu que tinha CCs na Prefeitura, mas afirmou que já pediram exoneração e a sua mãe será exonerada pela empresa terceirizada por ser mãe de vereadora, segundo foi avisada pela empresa que presta serviço no PA.

A Vereadora Fernanda disse que se surpreende com alguns colegas vereadores ao se manifestarem contrários à indicação de CCs, considerando que todos fazem indicações em algum momento, bastando seus partidos estarem no Governo. Se não indicam parentes, indicam amigos de parentes e correligionários de seus partidos. Ela lembrou que a sua colega Cláudia Jardim, como presidente do DEM, já fez indicações no Governo.

Todos sabem que não concordo com postagens apócrifas (sem assinatura), entendo que isso é coisa de covarde e de pessoas mau caráter, mas faço a abordagem, sem me aprofundar no conteúdo das referidas postagens, para evocar uma reflexão sobre a hipocrisia que cerca o tema dos CCs.

Reeleição, cargos de confiança e santinhos do pau oco são três chagas da política partidária.

CPI de Molho

Depois de muito relutar, os vereadores de Guaíba pediram a abertura de uma CPI para apurar os afastamentos judiciais de secretários e da Comissão de Licitações da Prefeitura, conforme a Gazeta noticiou na semana passada. No entanto, a CPI ainda não foi instaurada. Segundo a presidente da Câmara, Fernanda Garcia, ela aguarda pareceres jurídicos para fazer a coisa certa. Vamos continuar acompanhando de perto.

O Solidariedade e o Governo

Essa semana, por meio de ofício, o Solidariedade comunicou que está deixando o Governo Sperotto. O Governo, por sua vez, ignorou o ofício do partido e mantém os cargos do Solidariedade. É de cair os butiás dos bolsos!



Leandro André

[email protected]

Publicado em 30/6/2018.

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