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Quinta-feira, 25 de abril de 2024

19/02/2018 - 13h59min

Leandro André

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Leandro Jardim responde Itamar

Na semana passada, registrei aqui na Coluna o forte desabafo do secretário de Saúde de Guaíba, Itamar Costa. Ele disse estar sendo boicotado pelo secretário da Fazenda, Leandro Jardim, tendo em vista os atrasos nos pagamentos dos contratos da Pasta da Saúde. E salientou que somente na Saúde os pagamentos de fornecedores acontecem com atrasos, o que demonstra que não é por falta de dinheiro. A declaração do Itamar foi dramática e repercutiu intensamente na comunidade, considerando as acusações públicas de um secretário contra outro do mesmo governo, o que nunca tinha acontecido antes na Aldeia.

Essa semana, o secretário da Fazenda, Leandro Jardim, procurou este colunista para responder seu colega.

De acordo com Leandro, não existe qualquer motivo pessoal no caso dos atrasos nos pagamentos de contratos na Saúde. Sobre os repasses para o GAMP (um milhão de reais por mês), Jardim admitiu que está pagando o grupo gestor do PA com um mês de atraso, desde dezembro do ano passado, quando o TCE sugeriu rigidez em cima da prestação de contas desta empresa. “Vai ter glosas (falta de aprovação acerca de parte da prestação de contas); a empresa terá o direito de se defender, mas tenho que preservar o dinheiro público”, observou. O secretário da Fazenda disse que não concorda com o sistema de gestão do GAMP, destacando que é ineficaz e que é grande a insatisfação da população. “Eles (GAMP) não provam na prestação de contas como é feita a contratação dos médicos. A empresa de um médico emite uma nota fiscal ao GAMP, sem a comprovação das transferências aos profissionais que trabalham no PA, e sem as respectivas identificações dos mesmos”, exemplificou Leandro Jardim.

Em relação a outros contratos em atraso apontados pelo Secretário Itamar, Jardim explicou um a um. Sobre o SAMU, disse que o Estado tem uma dívida de R$ 2,2 milhões com o Município, que tem de arcar com a parcela do Governo Estadual. A respeito da empresa que executa o sistema de gestão dos Postos de Saúde, admitiu que nunca fez os repasses (desde agosto de 2017), assumindo a responsabilidade, por discordar de uma quebra de acordo por parte da empresa. Sobre o atraso ao fornecedor de oxigênio, Jardim disse que diversas notas fiscais não foram enviadas para a Secretaria da Fazenda e que o Secretário Itamar sabia desde julho de 2017, mas as notas só foram repassadas à Fazenda na quinta-feira, dia 8, sendo que o pagamento foi feito no dia seguinte.

“O problema na Saúde não é falta de dinheiro, é falta de gestão”, alfinetou Leandro Jardim. Para justificar este seu entendimento, disse que, por lei, a Prefeitura tem de aplicar 15% da receita na Saúde e que em 2017 foram aplicados 23,9%. “Tínhamos que ter passado R$ 23 milhões e repassamos R$ 37,5 milhões no ano passado, ou seja, R$ 14,5 milhões a mais. Onde está o boicote?”, observou. E concluiu: “O Secretário Itamar não faz mal trabalho na Saúde, mas é centralizador e não tem equipe”, concluiu o secretário da Fazenda.

É claro que eu tentei ouvir o prefeito José Sperotto sobre esta polêmica que agitou a Aldeia depois do Carnaval, mas a Secretaria de Comunicação informou que, neste momento, o prefeito José Sperotto não iria se pronunciar a respeito da desavença, salientando que o caso está sendo tratado internamente.

Na segunda-feira, 19, haverá uma reunião do prefeito com os secretários, quando este assunto será tratado frente a frente. A cobra vai fumar.

Na quarta-feira, 21, haverá uma reunião do prefeito com os vereadores da base do Governo na Câmara para tratar deste caso. Segundo a Tia Alaíde, onze vereadores estão fechados com o Secretário Itamar e compartilham da tese do boicote. Forte, essa!

Uma coisa é certa, o Prefeito Speorotto terá de se manifestar publicamente sobre este episódio, considerando que passou a impressão de que ele perdeu o controle do Governo. Isso surpreende, tendo em vista que uma das características marcantes do Sperotto como gestor é cobrar trabalho e resultados da sua equipe, o que só pode acontecer com união e sintonia.

Publiquei exatamente o que os dois secretários me passaram, nada mais e nada a menos. Nos trechos polêmicos, repeti as declarações para que tudo ficasse bem claro e eles confirmaram. Fiz o meu trabalho como jornalista. A lambança não é minha responsabilidade.

Não podemos esquecer de que estamos tratando de atendimento de Saúde à população.

Caso da Vigilância na Câmara

Outra polêmica é o caso da contratação de uma empresa de vigilância na Câmara Municipal de Guaíba. Ver matéria nesta edição.

Os vereadores de oposição à Mesa Diretora da Câmara denunciaram ao TCE e ao MP supostas irregularidades no contrato emergencial firmado com o Legislativo. O presidente deu sua versão e disse estar tranquilo por ter feito a coisa certa. O fato e as versões estão divulgados. Agora, é esperar pelo entendimento dos órgãos competentes e as consequências legais disso.

Lambança na Internet

Os vereadores de Guaíba Renan Pereira e João Collares seguem trocando alfinetadas pelas redes sociais. Um denuncia, o outro rebate, um questiona o outro se invoca e ambos se sentem ofendidos. Enquanto isso, os puxa-sacos de ambos os lados repercutem babando: - “É isso aí, Dr. Renan! É isso aí, Dr. João”. A refrega é comovente, pequena como um chaveirinho.

De um modo geral, a lambança está tão grudada na Internet, que ninguém mais liga para o conteúdo, o que conta é o bafafá do momento.

Leandro André

[email protected]

Publicado em 17/2/2018.

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