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Quinta-feira, 25 de abril de 2024

30/01/2017 - 16h14min

Leandro André

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A Pensão da Vereadora

Foi surpreendente a denúncia seguida de prisão preventiva da vereadora Luciana Kubiaki (PSD), acusada de furtar alimentos e produtos da Prefeitura. Fiquei surpreso, de verdade, pois não consigo entender o motivo de alguém se apropriar de mil rolos de papel higiênico, dezenas de litros de Qboa, além de durex e canetinhas. A carne sei que é produto cobiçado, mas é preciso muita imaginação para compreender a fissura pela água sanitária Qboa.

A Polícia, o Ministério Público e a Justiça, considerando a prisão preventiva, acreditam que os produtos foram mesmo desviados da Prefeitura. Mas o advogado da vereadora nega, ele afirma que foram comprados por Luciana para a sua pensão e que ela tem as notas fiscais. Não entendi por que não apresentou as notas de imediato em sua defesa.

Então, supondo esta versão da pensão como verdadeira, não consigo imaginar como seria a utilização de tanta Qboa, papel higiênico e canetinhas hidrocor, além de brinquedos.

Considerando como verdadeira a versão das autoridades, trata-se de crime revoltante furtar alimentos de crianças já em situação tão difícil, especialmente por parte de quem tinha a função de defendê-las. Por isso a repercussão é tão grande.

Revelações do Secretário da Saúde

A mãe de uma criança especial, que precisa usar fraldas, fez contato com a Gazeta Centro-Sul na primeira semana de janeiro para tornar pública a sua angústia em relação ao transtorno que passava devido à falta do material. Ela contou que desde outubro do ano passado não conseguia fraldas para seu filho na Farmácia Municipal de Guaíba. Esta mãe fez o que dezenas de leitores fazem todos os meses quando não conseguem atenção do poder público em relação ao atendimento de seus direitos: procuram a Gazeta, na esperança de receberem atenção quando o problema se torna público.

A Gazeta Centro-Sul disponibiliza o espaço Reclamações, na Editoria de Comunidade, página 2, onde publica queixas, denúncias e desabafos da população, sempre passando por um filtro a fim de apurar se o que está sendo dito é verdadeiro. Foi o que aconteceu com a mãe do menino especial que necessita de fraldas, com o caso publicado na edição do dia 14 de janeiro.

O Jornal garante espaço para que o poder público ou instituições envolvidas se manifestem, com os devidos esclarecimentos. A Prefeitura de Guaíba quase sempre se manifesta, o que eu entendo como uma demonstração de respeito aos munícipes.

Desta vez, a resposta do Governo Municipal revelou uma situação de descontrole absurdo na Secretaria Municipal da Saúde na gestão anterior. Segundo o atual secretário da Saúde, Itamar Costa, não havia controle de entrada e saída de medicamentos e de materiais na Farmácia Municipal de Guaíba. Isso é grave, mas, para piorar, o secretário afirmou que o arquivo da distribuição de remédios do Estado foi apagado em Guaíba e que somente um funcionário (CC) possuía a senha de acesso ao sistema.

Na edição da semana passada, a Gazeta publicou entrevista com Itamar Costa abordando sobre este assunto. Durante a entrevista, o secretário fez outras revelações, que publico agora. Ele afirmou que foram encontradas caixas de remédios vazias nas prateleiras do estoque da Farmácia, como se estivessem com os remédios dentro. Esta revelação, somada às outras, exige investigação por parte do Ministério Público e da Polícia. Tudo precisa ser esclarecido. Não é possível aceitar os fatos comunicados pelo secretário da Saúde como simples falhas administrativas. Estamos tratando de um problema muito grave, que envolve pessoas de poucos recursos, com problemas de saúde, e que poderiam ter sido lesadas de forma criminosa. Vejam que não estamos seguindo conjecturas ou disse me disse, estamos falando de denúncias feitas pelo secretário Municipal da Saúde.

Voltando ao caso das fraldas, Itamar Costa e a diretora de Saúde Luciana Cauduro disseram que o Estado informou ter repassado R$ 30 mil, no dia 7 de dezembro do ano passado, destinados à compra de fraldas, e que o material foi comprado e distribuído em dois dias, sendo que a mãe do menino que fez a reclamação para a Gazeta não recebeu.

No dia 20 de dezembro do ano passado, a então secretária Municipal da Saúde de Guaíba, Fabiani Tadini Moreira, registrou uma ocorrência na Delegacia de Polícia local (12409), informando estar ocorrendo divergências na entrega de medicamentos especiais. Relatou que o funcionário (CC) teria sido orientado a assinar rescisão de contrato até o dia 22 de dezembro, mas teria continuado exercendo suas funções. A então secretária relatou que, desde o dia 19 de dezembro, estava sendo procurada por pacientes, que estariam sendo orientados sobre a impossibilidade de retirar medicamentos, pois o responsável havia sido demitido. De acordo com o relato na ocorrência policial, o servidor teria justificado que, pela grande demanda e excedente de trabalho, não conseguia entregar os medicamentos. Fabiani disse à Polícia que estava receosa com a situação, pois tratava-se de pacientes que não poderiam ficar sem os medicamentos, correndo até risco de vida.

A Gazeta preservou o nome do servidor (CC), considerando que se trata de denúncias e relatos ainda sem investigação, o que certamente deverá acontecer.

Horas Extras

E como se não bastassem as revelações impressionantes acima, o Secretário Itamar informou que, na gestão anterior, a Prefeitura de Guaíba pagava 14 mil horas extras por mês; 180 mil por ano, sendo a maior parte na área da Saúde. Pelo visto, tinha funcionário que não dormia, só trabalhava sem parar. Quanta maldade, quer dizer, bondade.

O ex-prefeito Henrique Tavares justificou que sem pagar horas extras teria que contratar novos servidores, o que seria impossível, pois não tinha recursos; ou restringir o atendimento nos Postos de Saúde.

Leandro André

[email protected]

Publicado em 28/1/17

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