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Sexta-feira, 19 de abril de 2024

13/07/2015 - 09h07min

Leandro André

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Aldeia Triste

A notícia do fechamento do Hospital Livramento entristeceu a Aldeia, pois muitos que sobem e descem a São José, que leem a Gazeta Centro-Sul, que almoçam no Ricardo, que passeiam no Calçadão da Beira, que tomam chimarrão na Sala Verde, que dançam no Itapuí e nos CTGs, que navegam de caiaque no Grande Lago, que jogam no Coelhão, que bebem cerveja e comem risoto no Voga, que giram nas rotatórias da Zona Sul, que curtem o visual do Belvedere da Escadaria, que suspiram com a Lua cheia, que estudam nas escolas locais, que compram pão na Sul Pão, que atravessam o Lago de catamarã, que cumprimentam o Cipreste e que viajam no Guaibão nasceram no Hospital Livramento ou têm algum familiar e amigo que chegaram a este mundo naquele prédio cinza no alto da montanha.

O Livramento foi criado por uma sociedade de amigos da Cidade. Com o tempo, os amigos foram perdendo para uma equação cruel em que a despesa era sempre maior do que a receita. Uma equação que se instalou em todas as instituições públicas do Brasil e que a sociedade não consegue se livrar. O resultado é a morte à mingua de recursos.

O poder público, tanto Municipal como Estadual e Federal,sempre se esquivando da responsabilidade, alegando diferentes argumentos técnicos, jurídicos e “enrolíticos”. E a sociedade acompanhando tudo de longe, resmungando. Os funcionários tentando consertar o mundo a marteladas enquanto a dívida maldita crescia riscando os meses com avareza até chegar o dia 3 de julho de 2015, deixando a Aldeia triste.

Que esta derrota que nos faz chorar na manga da camisa sirva para nos alertar sobre o que deve ser feito a partir de agora. Recomendo a leitura atenta e desarmada do Editorial da Gazeta Centro-Sul desta edição.

Sobre os Salários na Câmara

A notícia publicada nesta Coluna sobre a divulgação de salários altos na Câmara de Vereadores de Guaíba gerou ranger de dentes. Comparações com a verba recusada ao Hospital foram feitas e bofetadas digitais postadas nas redes sociais.

No entanto, é importante lembrar que os servidores bem pagos recebem seus salários musculosos porque a lei garante. Então, se a lei tem falhas, está errada, que seja modificada. Os funcionários não têm culpa se o tempo absorveu benefícios legalmente. A responsabilidade das distorções é de quem permite que elas aconteçam em detrimento da sociedade. É evidente que salário de R$ 17 mil para telefonista e de R$ 11 mil para servente está fora da realidade. No entanto, deve-se questionar o sistema que permite que isso aconteça e não quem tem direito ou quem divulga, como fez a Mesa Diretora.

Aguardando no Poltronão

Foi cobrada na Câmara Municipal a divulgação da relação dos CCs da Prefeitura de Guaíba, com nomes, cargos e salários, conforme determina a Lei da Transparência. O sombra orientou que o Comando Governista na Casa do Povo rejeitasse a divulgação da lista, mas teve pressão e o sombra recuou.

O prefeito Henrique Tavares, depois de uma crise de indignação com este colunista, jurou de pés juntos, sem figa, e olhando fixamente para a sua agenda fechada, que é favorável à transparência e que iria mandar a Secretaria de Administração divulgar a relação no Portal da Transparência. Comprei um poltronão bem confortável para aguardar.

Ainda Sobre a Oração

O Plantão de Jornalismo da Gazeta me comunicou que o pastor que visitou o prefeito, encerrando o encontro com uma oração, fez contato e pediu espaço para esclarecimentos, o que foi prontamente disponibilizado. O pastor ficou de enviar um texto por e-mail, mas não recebi até o momento em que escrevo esta Coluna.

Entendo que é natural pastores orarem. Pelo que percebi, teve distorções e excessos nas redes sociais, como sempre acontece. O que não acho certo é misturar política com religião, isso nunca dá certo. Mas não estou dizendo que foi isso que aconteceu. Acredito que foi apenas uma oração enquanto o prefeito olhava fixamente para a sua agenda, conforme ele me garantiu. É melhor orar do que agredir. Ponto.

Patrimônio Histórico e Cultural

Somos o Município Berço da Revolução Farroupilha. Isso não é pouca coisa nesta terra de orgulho gauchesco. Depois dos catamarãs, também nos transformamos em Cidade Turística, a quinta mais visitada do Estado, segundo estatística da Secretaria Estadual do Turismo. Forte, essa.

Portanto, nada mais correto do que nos preocuparmos com a preservação do nosso patrimônio histórico e cultural; em mantermos preservada a memória municipal.

Chega de gente demolindo prédios de valor histórico no entorno do Sítio Histórico sem licença; chega de ficarmos assistindo tudo resmungando.

Importante a iniciativa da Setuc de promover o tombamento de alguns prédios. Importante também a iniciativa da Câmara de debater sobre este tema.

Prédio antigo revitalizado significa preservação da história, significa desenvolvimento turístico e geração de renda. A Europa é a prova disso.

Leandro André

[email protected]

Publicado em 11/7/15.

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