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Quinta-feira, 25 de abril de 2024

08/06/2015 - 09h12min

Leandro André

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A Sala Verde

Um extenso gramado na margem do grande lago, ambiente especial para reunir familiares e amigos, sorver um chimarrão e relaxar junto à natureza. Assim é o Parque Natural, no Centro de Guaíba, que denominei de Sala Verde quando implantei o Parque. Sim, construí a Sala Verde há 22 anos, quando assumi a pasta do Meio Ambiente da Aldeia.

Em 1993, aquela área nobre da Cidade estava degradada, servindo como depósito de canos e de lixo. Moradores de rua usavam os canos para dormir e atrás deles separavam restos de comida e alguns materiais de sacolas de lixo que carregavam, transformando o lugar num lixão.

Aceitei o convite do então prefeito João Collares para assumir o cargo de diretor de Meio Ambiente, desde que não precisasse me filiar a qualquer partido político, que pudesse levar um assessor direto, ligado à AMA, e que tivesse autonomia para agir. O prefeito aceitou, então fui dar a minha contribuição, com apoio dos meus amigos da AMA. Fiquei por dois anos e três meses no cargo. Missão cumprida. Portanto, saibam que não sou apenas crítico.

Comuniquei à Corsan que deveria retirar os canos da referida área. Como resposta, disseram que não era possível, pois não havia outro local. Não escutei o blá-blá-blá e fixei prazo para a retirada do material; se não fosse cumprido, levaríamos os canos para a frente da sede da Companhia. Crise política, telefonemas, memorandos e ranger de dentes. O Collares, sobrinho do governador da época, segurou a bronca. Em um mês, removeram os canos. Encontraram outra área.

O passo seguinte foi limpar o terreno, cobrir buracos, plantar grama em alguns espaços, retirar um pouco dos excessos de vegetação rasteira, preservar as plantas nativas e aquáticas, fazer um espelho d’água, prainha, e colocar bancos. Pronto, estava implantado o Parque Natural, a Sala Verde, com a ajuda dos técnicos da AMA e da empresa Vida, do Lutzenberger. Vontade política, respeito ao meio ambiente e amigos técnicos comprometidos com a causa ajudaram a transformar um depósito de canos e lixo no lugar mais bacana da Cidade.

Atualmente, com a falta de manutenção adequada, o espelho d’água e a prainha desapareceram; a vegetação, sem poda de correção e limpeza, formou um muro, isolando o lago de grande parte da área. Restam poucas aberturas. Há três anos, reuni técnicos da Smama e da AMA para que juntos dessem uma atenção ao Parque, abrindo janelas (espaços) para o Lago Guaíba. Todos se comprometeram. Mas o tempo passou e nada foi feito na prática, a não ser aparar a grama periodicamente. O mínimo.

Percebo que não há mais aquele comprometimento, aquela união de forças pela causa ambiental. Posso estar enganado, mas sinto uma preguiça agarrada na burocracia, que acaba transformando ações em desculpas e apontamentos de culpados. Infelizmente, os ambientalistas, tanto os governamentais quanto os não governamentais, não são mais os mesmos das décadas de 1980 e 90. Os tempos mudaram, e não estou falando em ajustes na legislação, me refiro aos interesses político-partidários.

Na tarde do feriado de Corpus Christi, fazendo a minha caminhada, passei pela Sala Verde cheia. Famílias em círculos, namorados trocando afagos, amigos conversando, crianças correndo. As pessoas curtindo o ambiente natural e a boa companhia, acomodadas em cadeiras de praia e sobre toalhas na grama. Estufei o peito, misturando orgulho e felicidade, lembrando daquele junho de 1993, quando inauguramos o Parque Natural. E mesmo que o espaço de convivência e lazer não tenha recebido o cuidado que merece, a Sala Verde está lá, bela e aconchegante, aberta a todos os anfitriões e visitantes da Aldeia há 22 anos.

Segui caminhando, pensando no que escrever para ressaltar a importância do meio ambiente, considerando a data mundial para celebrá-lo em especial, o dia 5 de junho.

Patrimônio Histórico

Participei da reunião do Conselho Municipal do Patrimônio Histórico de Guaíba, na terça-feira, dia 2, no Museu Carlos Nobre. O colegiado aprovou relação de imóveis e monumentos que deverão ser registrados no Livro Tombo, buscando a preservação da memória da Aldeia.

Saí bem impressionado do encontro. Me pareceu que, finalmente, os conselheiros e a Prefeitura entraram em sintonia para construir uma estratégia de ações, visando preservar o que ainda resta de prédios com valor histórico na Cidade. Vamos acompanhar.

Esquina Democrática

A Setuc e os conselheiros do patrimônio histórico, pelo menos a maioria, estão fechados para implantar a Esquina Democrática de Guaíba naquele terreno onde mais um imóvel de valor histórico foi demolido, sem qualquer licença, mesmo estando no entorno do Sítio Histórico.

Se houver vontade política e união pela causa, transcendendo questões político-partidárias, a esquina da Avenida 7 de Setembro com a Rua Otaviano Manoel de Oliveira Júnior se transformará na Esquina Democrática, um espaço a entrar para a história como símbolo da resistência e da luta pelo respeito à memória de Guaíba. Vamos acompanhar.

Só Curtida, Só Curtida!

Na audiência pública para discutir a tarifa do catamarã, o presidente da UAMG, Nauto de Oliveira, protestou contra a fraca participação popular no encontro. Disse que colocou a notícia da audiência em uma rede social na internet, teve 2.800 curtidas, mas ninguém apareceu. – Só curtida, só curtida, e nada de participação!

É por isso que eu digo que ser famoso em rede social é o mesmo quer ser rico no jogo do Banco Imobiliário.

Leandro André

[email protected]

Publicado em 6/6/15.

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