Gazeta Centro-Sul
Quinta-feira, 25 de abril de 2024
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15/07/2019 - 14h53min
Editorial
Rejeição Popular
Nesta edição, a Gazeta Centro-Sul traz matéria especial sobre a audiência pública que aconteceu em Guaíba na quinta-feira, 11, para debater sobre o projeto Mina Guaíba, que prevê a mineração de carvão em larga escala na Região. O tema é polêmico e recebe importante rejeição por parte da população.
Com o Plenário da Câmara Municipal lotado por representantes de entidades de classe, ONGs, ambientalistas, políticos, Imprensa e comunidade em geral, o projeto da Copelmi que está sendo analisado pela Fepam foi intensamente criticado. A empresa não enviou representantes nem a Fepam, o que fortalece a preocupação.
Há tensão em relação aos danos ambientais e sua abrangência na Região Metropolitana de Porto Alegre, intensamente povoada. A área da jazida está localizada nos municípios de Eldorado do Sul e Charqueadas, ao lado do Rio Jacuí e muito próxima do Lago Guaíba. O megaprojeto prevê a extração de 166 milhões de toneladas de carvão bruto durante 23 anos.
Entre os pontos negativos destacados na audiência pública estão a possibilidade de contaminação da água por metais pesados; o desvio de dois arroios; e a quantidade de rejeitos, ocupando uma área de trezentos hectares.
Para derrubar a tese da Copelmi, de que o empreendimento irá gerar renda e riqueza, ambientalistas citaram os exemplos negativos de municípios da Região Carbonífera do Rio Grande do Sul.
O presidente da OAB, Subseção de Guaíba, defendeu que a Copelmi e a Fepam se façam presentes em Guaíba para prestarem esclarecimentos à população, considerando os impactos ambientais do projeto em discussão.
A Gazeta Centro-Sul, que levantou esta questão em sua edição do dia 16 de fevereiro deste ano, com chamada de capa, segue acompanhando os desdobramentos. Cabe ressaltar como ponto negativo as ausências da Copelmi e da Fepam no encontro de Guaíba. A falta de debate e de esclarecimentos por parte de quem pretende executar um projeto de grande impacto ambiental, bem como de quem tem a incumbência de licenciá-lo, é preocupante.
Publicado em 13/7/2019.
