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Sexta-feira, 19 de abril de 2024

05/04/2021 - 12h11min

Daniel Andriotti

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Geração Alienada

Às vésperas da Páscoa do ano passado e já sob o efeito da pandemia – mas naquele momento ainda sem imaginar o tamanho da tragédia que viveríamos mais adiante – escrevi que não pertenço às fileiras da turma que bate panelas na sacada contra esse ou aquele presidente. Nunca fiz isso e provavelmente jamais vou fazer. Meu perfil é do tipo que sofre calado. E nesse momento, adepto do protocolo que manda ficar enclausurado dentro de casa, carente de um abraço da família e dos amigos.


Mas, como tudo na vida, a clausura tem ônus e bônus. E para quem sabe filtrar o que é fato do que é fake ou percebe quando um telejornal mostra o que quer de acordo com os interesses da emissora, enxerga cada vez mais o quanto a classe política brasileira, salvo raríssimas exceções, está pouco ligando para a nossa vida. E sabe por quê? Porque temos os piores parlamentares do mundo: os mais corruptos, os mais desumanos, os mais desprezíveis, os mais maldosos, impiedosos, egocêntricos, hipócritas, cínicos, calculistas e desonestos.


E qual a solução para que nos livremos desse tipo de político? O voto. Ah sim, o voto. No entanto a questão não está exatamente no voto, mas para quem vamos dar o nosso voto. Outro dia li um artigo do psicólogo e escritor Augusto Cury, que fala sobre a triste geração que está chegando e que mais cedo ou mais tarde, fatalmente, terá muitos dos seus integrantes na foto da urna eletrônica, em frente aos nossos olhos, para que apertemos o “confirma”. Trata-se de uma geração de jovens que anda de carro, de transporte por aplicativo... mas que não é capaz de lavar suas próprias cuecas, meias e calcinhas. Jovens que não buscam conhecimento, nem espiritualidade. Não se encantam com decorações natalinas ou com um ipê florido no meio da calçada, mas que faz qualquer tipo de negócio para ter o novo modelo do i-phone recém lançado e que custa dez salários mínimos. Aliás, eles desconhecem o verdadeiro significado de um salário mínimo.


Essa nova geração é formada por pessoas que reivindicam direitos de expressão mas não oferecem nada em troca. Nenhuma atitude. Consideram-se vítima dos pais. Aliás, pais que são julgados a todo momento e por todos os atos. Julgados e condenados. Choram pelo cachorro maltratado mas desejam que o homem seja esquartejado. Compaixão duvidosa. Amorosidade mínima. “Preciso disso!!! Tem que ser aquilo!!!” E haja insatisfação, infelicidade e descontentamento. E dê-lhe adoecimento, depressão, suicídio…


Isso significa que logo ali em frente seremos governados por uma geração alienada, estragada, inconformada e presa em desculpas. Acomodada em suas gaiolas com portas abertas mas que eles temem passar por elas. Gente que posta sorrisos brancos em praias paradisíacas, mas que se nega a mergulhar no mar da realidade. Recolhem o lixo numa ação com os amigos porque ‘parece que isso tem a ver com uma palavra da moda, que é sustentabilidade’. Mas que jamais arrumam a própria cama. Estampam tristeza, sofrimento, dor… a dor de ter que crescer sem fazer por onde merecer.



Ambos estão cada vez mais próximos de nós. Ele, o covid, vem a bordo de um fórmula-1 empurrado por um motor de 12 cilindros. Mas elas, as vacinas, também estão chegando. Só que no lombo de uma tartaruga velha e cansada.



Sábado de aleluia tem Gre-Nal. Um Gre-Nal que só vale a flauta. Quem ganhar e quem perder estará classificado para a próxima fase do Gauchão. Talvez isso explique por que a qualidade dos times do interior do Rio Grande esteja num nível abaixo do razoável...




Daniel Andriotti

Publicado em 1/4/21.

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