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Quarta-feira, 24 de abril de 2024

21/12/2020 - 10h13min

Daniel Andriotti

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Os ricos serão salvos

Semana passada escrevi aqui sobre o assassinato de John Lennon, cuja morte completou 40 anos no último dia 8. Como você deve saber ele integrava o mais bem-sucedido grupo musical de todos os tempos. Lennon e seus colegas de banda eram ingleses. E é um pouco sobre os ingleses que quero falar. Não só deles mas da inveja que sinto de alguns países do mundo nesse momento...

Com um pesado investimento em vários tipos de vacinas, o Reino Unido – do qual faz parte a Inglaterra – se tornou a primeira nação cujo órgão regulador autorizou o uso de uma delas. No mesmo momento – e após uma logística de impressionante agilidade –começou a imunizar boa parte dos profissionais de saúde e de idosos em casas de repouso. Não só eles. No embalo vieram os Estados Unidos (que promete vacinar 20 milhões de americanos nas próximas duas semanas), a Rússia, o Canadá, a China e a Arábia Saudita...


Por que esses seres de carne e osso feito nós, serão salvos antes??? Mesmo com a vacina no horizonte, nós brasileiros, país do carnaval, do futebol (será ainda???), do jeitinho, do toma-lá-dá-cá, do desvio de verbas públicas que deveriam ir para a saúde, para a segurança e para a educação mas que foram irrigar negociatas com diferentes correntes ideológicas, nem seringas temos. Se bobear, nem aquele pedacinho de algodão com álcool para passar antes e depois da agulhada. Tem pior: metade de todas vacinas produzidas até agora no mundo já foram reservadas por países ricos – incluindo os EUA e a União Europeia. Detalhe: eles representam menos de 14% da população mundial. O restante será distribuído aos países de renda média e baixa (olha nós aí, gente!!!) que equivale aos demais 85% dos habitantes desse planeta. Esse baixo clero, é lógico, ficará na fila. Aliás, coitados, já estão acostumados a uma fila quando o assunto é tratamento de saúde...


Isso porque assistimos, de máscara e besuntados de álcool gel, a uma disputa política-partidária-ideológica entre diferentes atores das mais diversas esferas do poder público, com planejamentos descoordenados sobre quando, como e onde seremos vacinados. O Brasil possui “acordos” para, nos próximos três ou quatro meses (!!!), receber 143 milhões de doses e outras 160 milhões que serão produzidas pela Fiocruz para o segundo semestre de 2021. Então, se somos 209,5 milhões de brasileiros como diz o IBGE e, cada um de nós necessita de duas doses da vacina num período de 21 dias para ficar imunizado, significa dizer que cerca de 138 milhões de tupiniquins terão que aguardar na fila para depois da metade de 2021. Considerando que 183 mil brasileiros já morreram em decorrência da Covid por aqui e que, em média, morrem entre 600 e 900 todos os dias, até julho cerca de 162 mil doses não serão mais necessárias...




Terça foi dia de eleição no Inter, a instituição com o maior número de sócios votantes entre todos os clubes brasileiros. Mas não pense que no colorado, isso é fácil. O sócio não consegue fazer check in; não consegue comprar ingresso; não consegue reservar uma camiseta-lançamento. Nas eleições é uma penúria para conseguir votar porque o site não suporta. Se telefonar pro Beira Rio, não é atendido, mas uma mensagem pede para que seja enviado um e-mail, que ninguém responde. Tudo é difícil no Inter. Tudo. Menos torcer pra time ruim...


Será que agora muda???




Prá pensar no final de semana: se você for à praia, será preso. Se fizer um churrasco com amigos e parentes, será preso. Se for ao parque, será preso. Se abrir o comércio, será preso. Mas se você for preso, será solto...

Daniel Andriotti

[email protected]

Publicado em 18/12/20.

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