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Quinta-feira, 25 de abril de 2024

05/10/2020 - 09h36min

Daniel Andriotti

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Belchior já dizia numa de suas canções: “...o que há algum tempo era jovem e novo, hoje é antigo”...

A mais popular – e nesse momento até pode ser a mais defasada – das redes sociais em atividade, o Facebook, herdeiro do trono deixado pelo Orkut, tornou-se uma chatice beirando o insuportável. Embora seja o precursor da barra de rolagem infinita, sua estrutura extrapolou aquela espécie de Big Brother digital da vida privada. E não são apenas os jovens ‘mais descolados e articulados’ que o abandonaram, migrando para outras plataformas como o Twitter, o Instagram, o YouTube ou o mais recente fenômeno do mundo digital, o TikTok. A ‘velha guarda’, dos oito aos 80 anos também não aguenta mais e está seguindo a manada da dispersão digital...

E por que isso acontece? Na minha modesta opinião é porque o Facebook é diferente das outras redes sociais. Diferente por ser a pior delas. Virou terra de ninguém, onde as pessoas gritam e esbravejam enquanto os algoritmos ficam ‘canalizando’ essas publicações para reforçar aquilo que a pessoa já está procurando. O contexto disso recebe o peculiar nome de ‘bolha’, um universo que potencializa a polarização e ao mesmo tempo aprisiona as pessoas dentro dos seus próprios grupos. Considerando que essas ‘bolhas’ não se rompem tão facilmente, a mesmice fica se repetindo a cada enxurrada de comentários e mensagens desgastantes, mal escritas e sem conteúdo fundamentado sobre... tudo. Principalmente – e nos últimos meses – na ‘politização’ de uma pandemia ou quando absolutamente todas as coisas viram Gre-Nal.

Tá ruim assim? Pois vai piorar. Isso porque está aberta a temporada de caça ao voto. A falta de dinheiro associada ao distanciamento social provocado pela pandemia já identificou que o ‘santinho’, o tapinha nas costas durante o cafezinho com pastel no boteco, o aperto de mão na calçada, a camiseta, os adesivos e o carro de som, entre outras tantas formas de chamar a atenção, serão substituídas pelo marketing digital. E a ferramenta obrigatória que poderá sensibilizar o surrado, desgastado, humilhado e ferido coração do eleitor já está eleita: sim, ela mesmo: o ‘Face’. Se você, caro leitor, ou os candidatos a prefeitos e vereadores não gostam do Facebook, isso não tem a menor importância. O fato é que a maioria absoluta dos eleitores dos 5.570 municípios brasileiros possuem um perfil nessa rede. É lógico, no entanto, que também exista aqueles que não estão nem aí para ter ou não uma conta no Facebook. Mas, pense um pouquinho só: qual mídia possui praticamente 100% de alcance do eleitorado?

Um grande mito sobre redes sociais é que lá tudo é de graça. Pode até ser para a presença individual ou para a brincadeira com amigos e familiares. Mas quando vira profissional, a coisa custa caro. Por pior que seja o Facebook, o marketing nele postado não é coisa para se deixar a cargo do sobrinho nerd que não sai da Internet o dia todo. Isso porque uma campanha profissional exige gente capacitada e com bons e sólidos conhecimentos desse fabuloso mundo digital. Numa eleição majoritária, por exemplo, os candidatos estarão concorrendo com equipes muito bem estruturadas e tecnicamente capacitadas que, além de empregarem técnicas avançadas de comunicação – não só no Facebook mas em tantas outras plataformas – também são capazes de identificar as candidaturas fracas dos adversários. E aí… é um verdadeiro massacre. Trata-se daquela situação onde se aplica a regra: “Se não sabe brincar, não desce para o playground”. Num marketing político digital sério e profissional, os candidatos têm a interação com o eleitor como objetivo principal de campanha. E aí, a vitória nas urnas será uma consequência lógica do sucesso dessa tarefa.

Pense bem nisso: você tem até o dia 15 para ‘curtir’ ou ‘excluir’ antes de ‘confirmar’.

Daniel Andriotti

[email protected]

Publicado em 02/10/20.

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