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Quinta-feira, 25 de abril de 2024

23/12/2019 - 15h44min

Daniel Andriotti

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Mickey é mais do que Noel

Se você não acredita em Papai Noel, minha sugestão é que pare de ler esse texto aqui e agora. Quando eu era criança, um amiguinho estraga-prazeres me disse que o bom velhinho não existia. Isso talvez tenha sido determinante na minha conduta de ser humano acomodado. Portanto, a culpa de eu não ter me transformado num milionário é dele.

Os grandes ícones do empreendedorismo vencedor no mundo acreditavam em Papai Noel. Todos. Eram crianças grandes e sonhadoras que imaginavam coisas mágicas e impossíveis. A história da humanidade mostra que as pessoas sensatas se adaptam ao mundo. E, nesse caso, a afirmação ‘bombástica’ daquele amigo me transformou numa delas. Por outro lado, as pessoas insensatas tentam adaptar o mundo a elas. Isso significa que todo o progresso da ciência se deve às criaturas insensatas – e os empreendedores fazem parte desse grupo.

Walt Disney, criador do maior parque de entretenimento do mundo, dizia: “eu prefiro as coisas impossíveis pois nelas tenho menos concorrentes”. E ele investiu tudo num rato. Qual ser humano normalmente criaria um império a partir de um bicho considerado nojento para a maioria das pessoas? Hoje, amamos tanto o Mickey que esquecemos que ele é um rato. E a Minnie, a namorada, tão querida quanto ele, é uma rata. Ambos são amigos do Pateta, que é um cachorro, mas que namora uma vaca: a Clarabela. Portanto, quem aposta no Papai Noel são aquelas pessoas que mudam o mundo porque acreditam em coisas que não existem. E fazem a humanidade avançar porque criam coisas que, até então, ninguém acreditava.

Nasci no Passo Fundo, extremo sul de Guaíba, numa família de pai, mãe e três irmãos, onde só o pai trabalhava ganhando pouco mais do que um salário mínimo. Até a minha adolescência, morávamos numa casa de madeira com sala, cozinha e dois quartos. Repito: éramos seis pessoas. Banheiro externo, com água encanada, mas sem chuveiro elétrico. A rua, até hoje é de chão batido e o ônibus para o centro da cidade era a cada uma hora, sendo o último às 7 da noite. A chance de eu estar onde estou hoje era uma em mil, no mínimo. Não fiquei milionário, longe disso. Nem virei empreendedor. Mas tenho uma qualidade vida relativamente mais confortável do que teve o meu pai quando tinha a minha idade. E quem me trouxe até aqui foi a crença em coisas que só a fé nos conduz.

Empurrado por uma motivação que eu nem sabia direito que existia – o que alguns chamam de sonho –, fui crescendo, estudando e jogando futebol num campinho sem grama. Consegui meu primeiro emprego aos 15 anos e, mesmo ganhando pouco – como qualquer adolescente que começa a trabalhar com essa idade – passei a fazer coisas que só se faz quando não sabemos que a realidade joga contra: estudar numa universidade privada, longe de Guaíba. Isso porque meu histórico escolar não permitia aprovação numa Ufrgs, por exemplo. Até aqui, tudo na contramão das minhas possibilidades. Concluí a graduação, tentei ser empreendedor, tentei ser funcionário público. Nem uma coisa nem outra. Desistir? Jamais. Enquanto não descobria a minha vocação certa, fui me divertindo com as erradas...

Por tudo isso, deduzi que Papai Noel tem vários nomes e não mora no polo Norte. Ele reside em algum lugar da alma humana onde as coisas comuns e as pessoas comuns não conseguem chegar. Assim como habitava o coração de Walt Disney, Papai Noel morava na alma de Steve Jobs, quando este criou a Apple. Que homem sério batizaria a sua empresa de “maçã”???. O bom velhinho também está na mente de Mark Zuckerberg, criador do Facebook, a maior ferramenta de network do mundo. Três – entre tantos outros – gênios empreendedores que escreveram muito mais do que inocentes cartinhas. Pense nisso: quem não acredita em Papai Noel ganha presente. Quem acredita, ganha o futuro.

Daniel Andriotti

[email protected]

Publicado em 21/12/2019.

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