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Sexta-feira, 19 de abril de 2024

17/10/2019 - 16h56min

Daniel Andriotti

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Enganando as crianças

Se você está lendo esse texto no sábado, dia 12, não deixe as crianças saberem a verdade: o dia destinado a elas é 25 de março (será que tem alguma coisa a ver com a mais popular rua do comércio paulistano?). Se você não deu presentes a elas em março não sofra por causa disso. Quando o então presidente Getúlio Vargas criou a data por decreto, em 1940, não havia um dia exclusivo para os pequenos – o que existia, desde 1924, era o Dia de Festa da Criança, de autoria de um outro ex-presidente, Artur Bernardes. Ok, eu não sei quem era, você não sabe, muito menos as crianças sabem quem foi. Isso não tem a menor importância. Antes dos anos 50, as duas datas não representavam uma questão consumista: logo, ninguém celebrava. Fica com os pais de hoje o impacto – no bolso – de uma das razões que empurrou a comemoração para o dia 12 de outubro: uma motivação, vamos combinar, basicamente comercial...

Descrentes da filantropia, empresas fabricantes de brinquedos passaram a aproveitar a época para incrementar suas vendas. E isso não é de agora. Foi lá na década de 50. Sim, o marketing é mais antigo do que tudo. E o 12 de outubro virou um pretexto para os fabricantes suprirem uma lacuna no seu calendário de vendas, fazendo com que o “original” 25 de março fosse esquecido. Isso porque abril tem a Páscoa; em maio, o Dia das Mães; em junho o Dia dos Namorados; em agosto o Dia dos Pais... e ficava uma lacuna enorme até a mega data do consumo mundial: o Natal. Assim, a semana da criança, criada pela Estrela (na época o maior fabricante de brinquedos do país) foi pensada para preencher essa lacuna, aumentar as vendas de brinquedos infantis e, consequentemente, os produtos da marca. O nome disso é lobby!!!


Mas tem o 20 de novembro – criado em 1954 pelo Fundo das Nações Unidas para a Criança (Unicef), o Dia Universal das Crianças, que deve ser usado para promover atividades voltadas para o bem-estar dos pequenos do mundo inteiro, das mais diferentes formas. Nada de bens materiais, nesse caso...


Sim, eu não gostava do Odair como treinador do Internacional. E muitas vezes me manifestei contra a sua permanência no comando da comissão técnica. Acho que ele foi fundamental e importante num momento específico do clube e é justamente nesse ponto que quero chegar: ele ‘tirou’ o Inter da obscura segunda divisão do futebol brasileiro. E só quem disputa a obscura segunda divisão do futebol brasileiro são times pequenos. Isso não é cuspir no prato que comeu. É ser justo: Odair é um treinador de time pequeno, como são todos os times que disputam a segundona. E pequeno foi o Inter de 2017.

Odair deverá fazer sucesso no Goiás, no Bragantino, no Juventude, no CSA, no Fortaleza. Me incomodava no Odair, especialmente, o fato de insistir com infinitas oportunidades com jogadores que, qualquer criança sabia, não dava nenhuma resposta dentro de campo; enquanto que outros apenas figuravam no site do Internacional como integrantes do grupo profissional. Nem no banco ficavam. Ou se ficavam, nunca entravam...

Mas admito, no entanto, que todos os problemas do Internacional não se resumem às limitações de Odair. Um maestro não consegue reger uma orquestra quando seus músicos são medíocres. A música soará ruim, desafinada, fora do tom. E certamente vai desagradar a plateia. Porém, quem assina embaixo da permanência de medíocres num grupo é quem os contrata. Portanto, de nada adianta o maestro sair sozinho...




A cidade em que vivo desde sempre está fazendo 93 anos. Uma velha senhora. Cheia de defeitos mas... para quem, como eu, nasci e me criei... impossível não amar.

Daniel Andriotti

[email protected]

Publicado em 12/10/2019.

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