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Quinta-feira, 28 de mar�o de 2024

27/09/2019 - 16h34min

Daniel Andriotti

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Tiro... no pé

Boa parte da imprensa brasileira – que desde o início deste ano pauta o viés esquerdista da mídia internacional – escolheu coincidentemente o momento que o pacote ‘anticrime’ entra numa fase crítica na Câmara e no Senado Federal, para ‘sensacionalizar’ a morte de uma menina no Rio de Janeiro por bala perdida. A morte de um ser humano é sempre lamentável. Sempre. Quando se trata de uma criança, por arma de fogo, então... Detalhe: no ano passado, quando a mídia internacional se interessava muito pouco sobre o que acontecia no Brasil, somente no Rio de Janeiro, 225 pessoas morreram vítimas de bala perdida. Duas vidas a cada três dias...

Historicamente, os direitos humanos e a ONU sempre condenaram a ação das polícias na luta contra o crime, nutrindo suas neuroses comportamentais e seu apego ao submundo e ao endeusamento do bandido e dos seus subprodutos. Difícil de entender. Ocorre que até agora não se sabe de onde partiu o tiro que matou a menina do Rio. Não posso, não quero e nem devo questionar a ação do Estado – até porque desconheço o resultado da perícia para apontar quem apertou o gatilho. Pelo menos não assumo o papel leviano e tendencioso de boa parte da imprensa abutre que já sentenciou o óbvio: quando não se sabe quem atirou é fácil deduzir: “foi a Polícia!!!”. Afinal de contas, só a Polícia anda armada no morro. Não é isso, ONU?

Por outro lado, a regra é clara: se alguém da comunidade ‘delata’ de onde realmente partiu o tiro, no dia seguinte morre ele, a mulher, os filhos, a mãe, a avó, os vizinhos e o cachorro dos vizinhos... E aqui, não sejamos hipócritas nem ingênuos: a vítima da delação no morro pode ser abatida pelos dois lados do confronto...

O crime organizado e seus tentáculos terroristas, na ambição pelo segmento que mais injeta dinheiro no sistema – o tráfico de drogas – entre tantas outras coisas, criou milícias e passou a atuar onde o Estado é omisso. Tenho amigos no Rio que me contam com alguma riqueza de detalhes o que a imprensa parece não saber. Por exemplo: “quando a polícia entra na comunidade para algum tipo de operação – e a presença do ‘caveirão’ é sempre alertada pelos ‘profissionais’ do tráfico através de foguetes –, a primeira coisa que a maioria dos traficantes faz é atirar num inocente. Qualquer um que esteja na alça de mira do fuzil naquele momento. Se for uma criança ou um idoso, melhor ainda porque o efeito midiático é potencializado. Isso tem duas funções: interromper a operação e jogar a população contra a polícia”. E então, assistimos a um segmento da sociedade dizer que “é preciso punir os policiais”. Levianamente assim. Um familiar, no calor da perda, tem todo o direito de desabafar com compreensível desequilíbrio diante das câmeras. O que não significa que a TV precisa ficar mostrando isso a todo momento, sem o menor respeito pela vítima, nem pela sociedade.

Como chegam drogas, armas e munição no morro? Nunca li uma linha sobre isso. E, por que a imprensa internacional – que desde janeiro descobriu tudo sobre as nossas mazelas – não revela ao mundo quem é o público que consome e sustenta o milionário tráfico de drogas no Rio de Janeiro? Parece que o problema se resume em ‘punir os policiais’. Um literal tiro no pé. Da sociedade.


Graças à Semana Farroupilha não escrevi nada sobre o título conquistado pelo Athlético-PR há pouco mais de uma semana. Com isso, leitores de todas as cores questionam a minha opinião pelas ruas e pelas mídias sociais. Então vamos lá: já virou um ‘chavão’ dessa coluna eu dizer que o colorado tem um grupo de desqualificado, treinado por um profissional limitado para os padrões que a torcida e o tamanho do clube exigem; e uma direção omissa sempre que solicitada. Só quem vive numa bolha ou numa espécie de redoma não enxerga. E então, é confortável para os mais céticos tapar o sol com a peneira e me rotularem de “corneta”, dizendo: “temos que apoiar o time pois não é por acaso que estamos no G-4 e chegamos à semifinal da Libertadores e à final da Copa do Brasil”. Para isso, tenho uma explicação: a mediocridade do futebol latino-americano.

No Brasil, salvo raras exceções – que não passam de três ou quatro times entre as mais de 600 equipes profissionais registradas na CBF –, o futebol vive um momento abaixo da linha da miséria técnica. Logo, a minha crítica é para o Inter em relação a ele mesmo. Preferi não falar após uma derrota dolorida porque é muito fácil dizer que quem perde é ruim. Por isso venho falando desde o início do ano que esse Inter, sua comissão técnica e essa diretoria não vai passar de um time que ‘quase chega’ em todas as competições. Tem pior: se a torcida for para o Beira Rio aplaudir arremedos de jogadores medíocres como Rithely, Patrick, Parede, Trellez, Klauss, Natanael, Potker, Neilton, Wellington Silva... entre tantos outros com salários de seis dígitos antes da vírgula, a direção e a imprensa vão entender que está tudo bem e nada deve mudar.
Enquanto isso, não muito longe do Beira Rio, uma outra equipe consegue extrair jogadores acima da média das suas categorias de base... e jogar bem. E vencer jogos. E ganhar dinheiro com negociações...


Daniel Andriotti

[email protected]

Publicado em 28/9/2019.

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