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Sábado, 20 de abril de 2024

13/09/2019 - 15h18min

Daniel Andriotti

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A xucreza do verbo

Oigatchê, oigalê, tchê. Xô mico. Não ‘me’ seja vil, sarapantado nem estropiado!!! Chega de trocar orelha e bancar o ‘aspa torta’ embuçalado. Aperta a cincha e, no meio da polvadeira, corre as varas da porteira, dê-lhe mate a noite inteira, no compasso da vaneira... Não tem mais taura jururu por causa de bobajada. É soflagrante dos macanudo buenacho colocar o pé no estribo do bagualismo. Hora da lábia caborteira, do surungo, de soltar o cabresto, de ir à la cria, dos qüera sair do bolicho à meia guampa, floreado quase borracho, aos ‘tranco’, depois de uma água benta buenacha, cuidando para não cair n’alguma arapuca antes que ‘os caudilho apareça’. Porque desta feita, o cagaço é de respeito e o pito é certo num chasque chambão. Talvez até uma sova ou uma sumanta de tirante. De vereda, não mais que num upa, é hora de reculutar os cupincha, os cutuba e os vivente para a charla, o chasque, o entrevero e, mesmo que seja um maturrango, montar num cuiudo, ruano ou lobuno e aboletar-se no arranchamento. Tudo isso antes que a côsa enverede prum bochincho e a erva fique lavada. Não tem pilcha ou chiripá? Vai de fatiota... O que importa é ganhar essa penca, de luz...

Se você não entendeu nada do que está escrito acima, melhor não se ‘meter de pato a ganso’ num dos 497 acampamentos crioulos espalhados pelo Rio Grande durante essa semana. Seu lugar é além do Mampituba. De Torres para cima – e até o Oiapoque – estará perdoado.

Se entendeu só a metade ou ‘alguma coisita’, muito vagamente... você é um ‘ser de apartamento’, praticamente um urbanoide do tipo “Nutella”. Talvez mal saiba diferenciar um cavalo de uma ovelha. Toma chimarrão (nega-se a dizer mate amargo) numa cuia de porcelana, veste bombacha ‘skinny’, alpargata com rendinha, camiseta justa escrito “eu sou do sul”... melhor não ir. Poderá correr algum risco num acampamento farrapo...

É evidente que para escrever aquilo tudo lá em cima tive que recorrer ao ‘amadrinhamento’ de um Dicionário Gaudério, também conhecido como ‘amansa o burro do pampa’. Talvez somente Bento Gonçalves, Gomes Jardim ou Onofre Pires traduziriam o que escrevi ao pé da letra. Mas se você entendeu claramente e dominou ‘de cabo a rabo’ todas aquelas mal traçadas linhas do primeiro parágrafo, você está buenacho para abrir a cancha deste campo de lei que é a Semana Farroupilha...

O Inter que perdeu para o Athlético do Paraná, foi o mesmo Inter acuado que tomou 2 do Flamengo no Maracanã e que não conseguiu reverter o resultado em Porto Alegre. A diferença é que quarta passada, só não levou mais porque o adversário é tão limitado quanto. Tivesse o Furacão um tiquinho a mais de qualidade e o colorado covarde teria levado uma ‘sova’ que nem adiantaria mais disputar o jogo da volta.

Atenção amigos colorados anti-cornetas que vivem numa bolha: é claro que como torcedor quero muito ganhar mais uma Copa do Brasil, apesar de todas as desqualificações do grupo, do time e do treinador, todos garantidos por uma direção omissa. Algum leitor vai me dizer: “ah, mas o Inter que ganhou em 92 tinha Célio Lino, Daniel Franco, Élson, Maurício, Nando... todos bem meia boca”. É verdade. Assim como o Inter Campeão do Mundo contra o Barcelona tinha Edinho, Fabiano Eller, Rubens Cardoso e o ‘mito’ Adriano Gabiru. Hoje temos Moledo, Lindoso, Nico López, Patrick e se precisar ‘olhar’ para o banco temos Parede, Rithielly, Trellez... todos de uma mesma linhagem de mediocridade que pensamos ser solução.

Qualquer um que ganhe, perderá o futebol. Que ganhe o Inter, então.

Daniel Andriotti

[email protected]

Publicado em 14/9/2019.

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