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Terça-feira, 23 de abril de 2024

09/07/2018 - 14h13min

Daniel Andriotti

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Inocência Popular

A expressão é bacana e está na moda. Fake news. As notícias falsas tomaram conta das, por vezes cínicas, por vezes eficientes, mas quase sempre inúteis mídias sociais. E isso ocorre num mundo cada vez mais conectado. Trata-se de um mecanismo de desinformação – impresso ou digital – para enganar ingênuos e desavisados. E no Brasil, o momento que se aproxima não poderia ser melhor: período eleitoral. Num país de grande inocência popular, potencializada na relação de alguns espertos para milhões de otários, o campo é fértil. Não é a toa que uma pesquisa da BBC, de Londres, realizada com 16 mil pessoas em 18 países revelou que o Brasil é o mais preocupado em conseguir separar notícias falsas de verdadeiras, com 92% dos entrevistados apontando ter receio de ser enganado. A preocupação é tanta que 24 dos maiores veículos de comunicação do país aderiram a uma iniciativa inédita de unir esforços para combater notícias falsas nas eleições deste ano. A partir de 6 de agosto, o projeto ‘Comprova’ vai acompanhar e receber publicações na internet que estejam ‘viralizando’ para checar sua veracidade.

Boatos, não é novidade, multiplicam-se feito rastilhos de pólvora. E, sabemos bem: notícia ruim ‘bate’ direto no emocional humano. Aliás, o grande objetivo das fake news é esse: ‘plantar’ informações mentirosas para desviar potenciais polêmicas e evitar investigações sérias acerca de um determinado assunto ou personalidade. Num momento de ânimos acirrados, de um politicamente correto hipócrita e de intensa polarização ideológica, as pessoas estão cada vez mais em busca de argumentos que justifiquem suas posições. E é nessa hora que as fake news mostram o seu lado mais nefasto. É por isso que o melhor caminho para ‘filtrá-las’ é a educação, a transparência e o exercício da checagem dos fatos. Muita atenção ao autor, a data, a fonte, ao conteúdo da notícia... Antes, isso era tarefa do bom jornalismo. Hoje, tudo mudou: é de quem consome.

Ir para a praia ou voltar de Porto Alegre para Guaíba pela BR-290 sem ter que pagar pedágio é bom. Mas não se iluda. Isso vai lhe custar bem caro se você precisar de algum tipo de assistência por parte do novo dono da estrada: o governo federal. Prepare-se porque a pista vai se deteriorar rapidamente e não haverá manutenção. Talvez uma precária operação ‘tapa-buraco’ superfaturada e inútil. E renove o pacto com seu anjo da guarda em caso de pane ou acidente. Condeno a alta tarifa dos pedágios brasileiros, mas não sou contra a existência deles num país como o nosso, onde a vida humana – nas estradas e em qualquer outro lugar de gestão pública – é tratada com o habitual descaso por parte de quem é muito bem pago para se preocupar com ela.

Escrevo essas mal traçadas linhas ainda sob o impacto do resultado de Brasil e Bélgica. Assisti a maioria dos jogos da fase de classificação da Copa da Rússia e – para não dizerem que sou comentarista de resultados, escrevi aqui nesse mesmo espaço a algumas semanas – que a Bélgica foi o time que mais me impressionou entre as 24 seleções que iniciaram a competição. Pode não ser um time campeão, mas é bem melhor que o nosso. Tiago Silva, pela segunda vez, antes de engolir o choro revela a cara de uma geração perdedora. Gabriel Jesus, centroavante que não faz um único gol numa Copa do Mundo, precisa ser reavaliado. E a marra de Neymar o impede de ser melhor do que ele pensa que é.



Daniel Andriotti

[email protected]

Publicado em 7/7/2018.

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