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Quarta-feira, 24 de abril de 2024

15/01/2018 - 10h16min

Daniel Andriotti

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Saudosismo Globalizado

Durante muito tempo fiz cobertura jornalística na Câmara de Vereadores de Guaíba pelo extinto jornal O Repórter. Linha do tempo: 33 anos atrás, mais ou menos. Cobria não só as reuniões ordinárias e plenárias das terças-feiras à noite, mas esporadicamente também fazia visitas “surpresas” às bancadas nas tardes das segundas, das quintas, das sextas...

Agora que já entreguei a minha idade, é preciso dizer que tratava-se de uma época sem smartphones, sem tablets, sem internet, sem redes sociais, muito menos assessoria de imprensa na Câmara. A prefeitura até tinha, a Carmem Blaskoski. Mas a Câmara não. O que havia de tecnologia de ponta da época nos gabinetes dos vereadores, além de um eficiente mas sempre ocupado ramal telefônico, eram máquinas de escrever.
Potentíssimas e manuais Olivettis, porque as elétricas ainda não haviam chegado por aqui.

Verdade, quando justa, precisa ser dita: sempre fui muito bem recebido e tratado com toda a gentileza pelos vereadores daquela época: apesar da memória me trair nessas horas, lembro de nomes como Geraldo Abrahão, José Carlos Ávila, Roni Santana, Honório Ovalhe, Bica Machado, Antonio Cattani entre tantos outros. Um deles, quando me via, gritava: “precisamos tratar bem a imprensa”… e imediatamente soltava uma gargalhada. Ele tinha uma visão futurista. Mais abaixo você saber o por quê...

Hoje, minha atividade profissional é outra. Por isso visito a Câmara somente quando sou convidado para alguma solenidade especial. Mas acompanho ‘mais ou menos’ de perto o trabalho dos colegas que periodicamente estão por lá. Quando eu era “setorista” não tive a (sorte ou a falta dela) para presenciar um episódio como o da última terça-feira, que aprovou a criação de novos cargos para assessoria parlamentar. Além da revolta popular registrada em plenário, o que se viu, independente de ser verdadeira ou politicamente articulada a necessidade da proposta em questão, foi um massacre sem dó nem piedade pelas redes sociais à imagem dos vereadores que votaram em favor da proposta e, em segunda instância, à imagem institucional do Poder Legislativo. Por isso, o que antes era “chancelado” apenas pelo trabalho da mídia tradicional - e em se tratando de Guaíba, unicamente pelo jornalismo impresso semanal - agora é julgado on line, em tempo real, pelo advento dessa ferramenta globalizada, muitas vezes leviana, muitas vezes injusta, mas sempre eficaz e transformadora - chamada rede social. Ela é impiedosa e devastadora. Para o bem e para o mal. E em especial, age contra aqueles que discordam da maioria. Quem precisa e depende dessa maioria para se manter no cargo numa próxima eleição corre sérios riscos.…

Portanto, hoje, não basta tratar bem “somente” a imprensa…



Já que o assunto é a imprensa e as maiorias incluídas (porque de minorias excluídas o politicamente correto está cheio), a maior e mais poderosa rede de televisão do País passou a segmentar alguns públicos: todos os programas da sua grade contém discussões sobre racismo, anexoria, ideologia de gêneros, dependentes químicos, entre outros tantos assuntos que o cardápio brasileiro de sofrência nos depeja no dia a dia da vida real e para o qual, não precisamos da TV para nos dizer que eles existem, são graves e que alguém precisa fazer alguma coisa. E a trilha sonora de todos esses programas ainda vem animada por Anitta ou Pablo Vittar. Como se não bastasse, o Domingão do Faustão precisa receber o prêmio do pior programa da TV brasileira de todos os tempos. Daí, quando você pensa que o Domingão do Faustão não pode piorar, tem Luciano Huck e Angélica como convidados especiais...

Daniel Andriotti

[email protected]

Publicado em 13/1/2018.

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