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Sexta-feira, 19 de abril de 2024

14/06/2017 - 14h25min

Daniel Andriotti

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Nada vai nos separar

No último dia 26, o oitavo álbum de estúdio gravado pelos Beatles completou 50 anos. The Sargent Pepper’s Lonely Hearts Club Band voltou ao primeiro lugar das paradas de sucesso britânicas meio século depois de lançado. Citei os Beatles para falar do... Inter. E numa analogia perversa ao álbum do clube dos corações solitários, o Inter – hoje – também é um clube de corações solitários e que também precisa voltar ao topo das paradas de sucesso.

Mas afinal, o que houve com o Internacional? O que está acontecendo com o Internacional? Onde vai parar o Internacional?

A resposta para essas três perguntas assombram o imaginário colorado desde a metade do ano passado. O time, que naquele momento chegou a liderar – mesmo que momentaneamente – a série A do campeonato brasileiro fez o clube mergulhar, a partir dali, no pior inferno astral dos seus 108 anos de existência, culminando com a derrubada do único argumento diferencial que restava à sua torcida nas discussões com os arqui-rivais tricolores: a queda para a segunda divisão do futebol brasileiro. Estava, portanto, saciado o desejo interminável, frenético e doentio da nação que se diz imortal.

Não há – ou são muitos? – os diagnósticos para as tragédias. Elas são sempre uma sucessão de pequenos, médios e grandes fracassos. O pior deles é a soberba que cega os olhos de quem tem a responsabilidade de reverter o quadro de um paciente em estado terminal. Todas as advertências foram inúteis. Ninguém esperava muito de um presidente incapaz, arrogante, inflexível, ditador, prepotente e com um rei na barriga.
Inevitavelmente tudo daria errado dali em diante. Até mesmo quando chamou o dirigente mais vencedor da história do clube para liderar uma ‘força-tarefa’ de luta contra o rebaixamento e este se abraçou ao treinador mais odiado pela torcida como um último suspiro na agonia do leito de morte. Nada mais poderia ser feito como um ímpeto de salvação a não ser profetizar a patética frase ‘time grande não cai...’, como se isso fosse a tábua de salvação. Os delírios de pânico estavam apenas começando...

De Barcelona a Lucas do Rio Verde, passando pelo gol de Kabamgu no Mazembaço de 2010 e a euforia daquela noite de reinauguração do Beira-Rio como um estádio de Copa do Mundo, padrão Fifa: avaliações erradas para um grupo de jogadores ruins – alguns medíocres e varzeanos, porém muito bem remunerados – comissão técnica desqualificada, empresários mercenariamente parasitas e facções distintas brigando pelo poder – em detrimento da instituição maior, que é o ‘Sport Club Internacional’ – foram apenas pequenos pedaços de gelo no imenso iceberg da incompetência que afundou a gestão Píffero como um Titanic.

Hoje o presidente é outro, embora pareça uma nova versão de uma velha história. O ano é de lamber as feridas. Apoiar, sim. Ser passivo e omisso, nunca. Série B é para os fortes e oprimidos. Não tem jogo bonito. Não tem jogada de craque. Balãozinho, meia-lua e bicicleta não viram vinheta de televisão. Não tem glamour. Não tem cavalinhos no Fantástico. É sofrência pura. Sim, a vida tem dessas coisas...

Portanto, nada é mais sério ou mais urgente do que voltar à elite, meu caro Inter. Retomar o lugar que, de fato, sempre foi teu. Custe o que custar. Teus corações solitários estão em frangalhos com tanta displicência por parte daqueles que te conduzem e por vezes te desprezam. Dentro e fora das quatro linhas...

Daniel Andriotti

[email protected]

Publicado em 10/6/2017.

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