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Quinta-feira, 25 de abril de 2024

24/04/2017 - 09h30min

Daniel Andriotti

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Fair play from Brazil

Há um lance recortado de um jogo do futebol europeu que virou ‘meme’ nas redes sociais. Trata-se de uma jogada onde um atacante invade a área com a bola dominada e, quando vai dividir com o zagueiro adversário, simplesmente desaba. O árbitro, de imediato, assinala o pênalti. E então, para a surpresa dos brasileiros, o atacante levanta e pede ao juiz para anular o pênalti porque o adversário nem sequer tocou nele. O juiz ‘desmarca’ e o jogo segue. Compreensível para os padrões europeus...

Rodrigo Caio é um jogador do São Paulo. Na minha modesta opinião, um zagueiro dentro da média, nada demais, embora a crônica esportiva brasileira – de um modo geral – o considere um jogador em nível de seleção brasileira. Independente disso, no último domingo, a qualidade do caráter do jogador se sobrepôs à sua qualidade técnica como atleta. Tudo o que o Brasil precisa. Dentro e fora do campo.

Eu estava assistindo São Paulo e Corinthians pela semifinal do campeonato paulista quando vi o lance: uma disputa entre ele – Rodrigo Caio – e o atacante Jô (aquele mesmo que veio a Porto Alegre, assinou um contrato milionário com o Inter, tomou toda a bebida alcoólica que tinha em Porto Alegre, promoveu as maiores festas de arromba que a capital já teve e, como se não bastasse, assistiu a todos os jogos do Inter de um lugar privilegiado: a casamata. E foi embora com a conta bancária recheada mas sem acrescentar absolutamente nada ao colorado). Mas enfim, lá no Corinthians, ele parece ser mais profissional...

Voltando ao lance de domingo: o goleiro Renan Ribeiro, do São Paulo, chega antes e ‘abafa’ a bola, enquanto Rodrigo Caio e Jô estão se ‘acotovelando’ na disputa. Lance normal de jogo, certo? Errado. O bico da chuteira de um deles atinge o goleiro. Imediatamente o árbitro mostra o cartão amarelo ao atacante Jô. E então, surge a atitude inesperada (e polêmica) em se tratando da excessiva malandragem do marrento futebol brasileiro: Rodrigo Caio diz ao árbitro que foi ele quem atingiu o goleiro e que, portanto, a punição dada ao atacante Jô foi injusta e desenecessária. Ato contínuo, o juiz retirou o cartão e até aplaudiu a atitude do zagueiro. Pronto. Instaurado o caos. Punição à honestidade...

A imprensa retratou que houve grande discussão no vestiário são-paulino em torno da retidão do seu jogador até porque, se fosse mantido o cartão amarelo ao atacante Jô, ele desfalcaria o Corinthians no jogo de volta contra o mesmo São Paulo. E que até o técnico Rogério Ceni teria se irritado e, pior do que ele, seu companheiro de zaga, Maicon, fez a seguinte frase: “prefiro a mãe do meu adversário chorando em casa do que a minha”. Detalhe:

Imagino que a mãe de Maicon, essa sim, chorou com a infelicidade da declaração do filho. Rodrigo Caio representa o Brasil que queremos enquanto Maicon é o filho do Brasil que somos. Isso vale para o Big Brother. Confesso que não assisti a um minuto sequer da edição desse ano. Mas converso com muitas pessoas que são assumidamente fãs do BBB. Através delas fui informado que, se havia alguém ‘na casa’ que não mereceria levar o prêmio, era exatamente a eldoradense Emilly, de 20 anos, que foi a grande campeã. Não conheço a moça. Mas tudo o que li e o que ouvi a respeito dela fez com que eu construísse a imagem parcial de uma pessoa egoísta, traidora, arrogante, cínica, prepotente e dissimulada: outro retrato de um país que não queremos. Mas que, no entanto, a política brasileira prega, faz e induz os fracos de alma, sem paz e sem calma, a serem seus fiéis seguidores.

Publicado em 22/4/2017.

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